7571-Soneto Ignorância, Ingenuidade ou Esperteza
- DEPORTADOS DOS EUA -
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Soneto nº 7571 com letras do tema em Diagonal,
Noneto-cantante-toante clássico nº 309
Rimas ricas, sons fortes na 4ª, 6ª, 8ª, 10ª sílabas.
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil.
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Ao DEPORTADO, não importa o nome; (Subst.)
a (D)etenção que ocorre mostra alerta, (Advérbio)
a L(E)i do crime, ao risco expõe, consome, (Verbo)
sus(P)eitos são detidos, na hora incerta;
(Adjetivo)
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O mau coi(O)te engana o tolo e some, (Verbo)
o prisionei(R)o encontra a cela aberta; (Subst.)
acorrentado (T)riste, passa fome; (Substantivo)
o jornalista prov(A) tudo e acerta... (Verbo)
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Cabe ao Governo (D)ar suporte ao povo, (Subst.)
orientação, controle e v(O)z que expulsa (Verbo)
quando o ilegal, errar qui(S)er de novo... (Adjetivo)
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Planos do Estado d(E)vem ser coesos; (Adjet.)
...a corrupção tem ca(U)sa e traz repulsa: (Verbo)
É degradante a pena impost(A) aos presos. (Subst.)
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Belo Horizonte, Minas Gerais, fevereiro, 2022.
https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/7442475
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https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com/2022/02/7571-soneto-ignorancia-ingenuidade-ou.html
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EMIGRAÇÃO INSENSATA
Mensagem do Cronista:
O território brasileiro foi contemplado pela natureza, como já reconheciam há séculos os colonizadores portugueses e visitantes (ou invasores!) de outros países. Não só a assertiva de Pero Vaz de Caminha é correta – “... nesta terra em se plantando, tudo dá” – como também o conjunto de benesses que floresce em todos os recantos da pátria. As riquezas minerais, apesar das seculares explorações predatórias, continuam abundantes, e algumas ainda virgens. Não nos assolam vulcões nem terremotos nem grandes flagelos. Inobstante a seca nordestina, persistente pela incúria e incompetência dos governantes, o clima, ondulável em variedades agradáveis, distribui-se por regiões, ensejando um formidável revezamento produtivo de bens e serviços.
Se o Brasil ainda não alcançou um futuro grandioso (tão cantado e decantado por pensadores nativos e estrangeiros!) é porque tivemos a infelicidade de ficarmos, desde o período imperial, sujeitos a uma elite (política, rural e empresarial) atrelada, em sua maioria, a valores negativos: opressão à massa que trabalha e produz, conluios em elos de corrupção, desprezo por qualquer política pública que emancipasse o povo pela educação... Assim, no bojo da pobreza, as crianças nas grandes cidades, longe das escolas, se iniciam como “soldados” do tráfico; aumentam os bolsões da chaga do analfabetismo; a qualificação profissional permanece distante dos jovens; o crime organizado prospera...
A minoria que consegue chegar às alturas do mando político-empresarial e das instituições públicas tem tentado reverter a situação, e alcançou algum êxito. Nos dois primeiros decênios do Séc. XXI, investidas contra a corrupção (equipes do Ministro Joaquim Barbosa, desmontando o “Mensalão”, e Juiz Sérgio Moro, na Lavajato...) chegaram a resultados alvissareiros, mas, ao que parece, os “tradicionais condutores do retrocesso” estão tomando fôlego. A nação deve se questionar!!!??? Por que os combatentes contra a corrupção foram relegados, e os magnatas da corrupção retornam de “caras limpas”?
Estas considerações vêm a propósito de minha crônica desta semana. Breves e sucintas reflexões sobre um tema vergonhoso: a corrente migratória para os Estados Unidos. Essa corrente se sustenta nos escritórios do crime organizado (parceiros dos “coiotes” mexicanos), que atraem, motivam e incentivam os incautos, tomando-lhes os bens, em troca de sonhos ilusórios. Depois, recebemo-los, humilhados, vilipendiados e sem nada.
Caros leitores e leitoras, eis a breve crônica – questão do Cotidiano – que lhes submeto à apreciação: Ignorância, ou Ingenuidade, ou Esperteza!!!???
Klinger Sobreira de Almeida – Cel PMMG Veterano
Membro Efetivo-Fundador da Academia de Letras João Guimarães Rosa
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Crônica:
IGNORÂNCIA, ou INGENUIDADE, ou ESPERTEZA!!!???
Ignorância: desconhecimento, desinformação, incompreensão, incultura, insciência, obscurantismo... Ingenuidade: simplicidade, candura, singeleza... Esperteza: tentativa de ludibriar, ardil, astúcia, malandragem... (Dic. HOUAISS)
26Out/19: os voos de deportação de brasileiros – USA → Brasil (Aeroporto de Confins) – tiveram início. Em 24Jan22, aportou o 51º voo, trazendo 211 nacionais.
Os depoimentos dos deportados, rápidos e discretos, tão somente mostram a recepção e o sofrimento nas prisões do EEUU até o momento da deportação. Eis alguns trechos filtrados no noticiário da imprensa, que refletem o clamor geral:
– “Estou chegando aqui com a roupa do corpo. Me deixaram 12 dias sem banho. Minhas duas filhas tiveram diarreias nesse período e ficaram muito mal...”
– “Outro mineiro que desembarcou contou que, no período de detenção, não era permitido nem tomar banho. ”
– “... no período de detenção, que durou seis dias, as celas ficavam lotadas, cerca de 30 pessoas, e a refeição diária se limitava a um burrito...”
– “... os agentes nos tratam pior que a um animal. Pegaram as nossas coisas e jogaram em uma caçamba. Foi tudo para o lixo. ”
– “... Voltamos acorrentados da cabeça aos pés e fomos jogados aqui sem nada. Eu ainda não sei como vou voltar para Rondônia...”
Nessa 51ª leva de deportados, além da Polícia Federal, que realizou a inquirição dos infelizes, dentro do trabalho investigativo para desestruturar as quadrilhas organizadoras das emigrações ilegais, esteve presente a Vara da Infância e da Juventude, em face do considerável número de crianças e adolescentes.
Além desses 211 deportados, outros voos continuaram a chegar em Confins: 04Fev – 2 voos – 193 pessoas; 05Fev, 187 pessoas; 11Fev – 2 voos – 311 pessoas. De 04 a 11Fev: 691. Deportados desde 26Out19: 4.743. Todos reclamando do tratamento desumano: jogados em prisões imundas, esfomeados e amarrados durante os voos.
Os emigrantes ilegais, que formam verdadeiras correntes, ao se exporem aos riscos nas asas de um sonho ilusório, desfazem-se, via de regra, de seus bens: carros, terrenos, economias etc. Tudo vai para as mãos das quadrilhas de delinquentes talentosos, assentados principalmente no leste mineiro, alinhados aos “coiotes” mexicanos. Estes, recebendo-os no México, em Estados fronteiriços, onde Corrupção/Crime dominam, são levados até a divisa dos EEUU, e aí saltam em território americano. Neste, caem presos, e permanecem em condições de animais irracionais, ou, quando conseguem fugir das vistas da polícia imigratória (o que é raro!), morrem de sede e/ou fome.
Apesar dessas desditas e adversidades, a corrente migratória ilegal não cessa. As organizações criminosas que sustentam os eventos, sabem o caminho para falsificar documentos e entendem da arte de ludibriar os incautos que alimentam fantasias e ilusões. Alguns caem na malha por “ignorância”; outros, por “ingenuidade’’; uns poucos, reputam-se “espertos”, mas, na verdade, são uns tolos.
Cabe ao Governo dar um fim a essa situação degradante para uma nação civilizada, que tem um povo, e não, um “sub povo”. Como? (1) Desbaratar as organizações delinquenciais que sustentam as correntes migratórias. (2) Estabelecer controle das viagens suspeitas rumo ao México. (3) Desenvolver programas objetivos de Comunicação Social esclarecedores das consequências nefastas da ilegalidade.
Klinger Sobreira de Almeida – Cel. Veterano/PMMG
Membro Efetivo-Fundador Academia de Letras João Guimarães Rosa
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