DIA INTERNACIONAL DA POESIA 21 DE MARÇO -
Homenagens em BELO HORIZONTE/MG/Brasil
Soneto-NONETO- Nº 11: POETAS SÃO CANTORES NESTA VIDA
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*Soneto nº 2827-sáfico-heróico-decassílabo-rimado: ( ABAB-ABAB-CDC-EDE)
*Noneto nº 11-jogral-toante-cantante-(A-A-C-E-E)
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil
-
Poesia tem magia, sons reais; ( A )
poder vibrante dá ao seu parceiro;
os Trovadores vão formar corais...
ter redondilhas, ver refrão, primeiro.
-
Os repentistas podem ser os tais...( A )
com dedos fortes, tocam o tempo inteiro;
Os sonetistas raros contam ais,
versos cantantes dançam no celeiro.
-
Nem sempre vem na origem, justa causa...(C)
A melodia torna amor eterno;
quando a dor chega faz a triste pausa!
-
Compositores sabem qual medida...( E )
Não importa ser clássico ou moderno:
POETAS SÃO CANTORES nesta vida.( E )
---***----
Soneto-NONETO- Nº 11: POETAS SÃO CANTORES NESTA VIDA
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*Soneto nº 2827-sáfico-heróico-decassílabo-rimado: ( ABAB-ABAB-CDC-EDE)
*Noneto nº 11-jogral-toante-cantante-(A-A-C-E-E)
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil
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Poesia tem magia, sons reais; ( A )
poder vibrante dá ao seu parceiro;
os Trovadores vão formar corais...
ter redondilhas, ver refrão, primeiro.
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Os repentistas podem ser os tais...( A )
com dedos fortes, tocam o tempo inteiro;
Os sonetistas raros contam ais,
versos cantantes dançam no celeiro.
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Nem sempre vem na origem, justa causa...(C)
A melodia torna amor eterno;
quando a dor chega faz a triste pausa!
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Compositores sabem qual medida...( E )
Não importa ser clássico ou moderno:
POETAS SÃO CANTORES nesta vida.( E )
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CURIOSIDADES SOBRE DIA DO LIVRO e da POESIA
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(*) O DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL
é comemorado em 18 de abril,
para homenagear MONTEIRO LOBATO,
criador da literatura infantil no Brasil,
que nasceu 18-4-1882.
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(*)-O Dia Internacional do Livro começou a ser comemorado dia
7 de outubro de 1926, em comemoração ao nascimento de Miguel de Cervantes, escritor espanhol.(Aprovado pela Câmara Oficial do Livro de Barcelona.)
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(*) Em 6 DE FEVEREIRO DE 1926, o governo espanhol, presidido por Miguel Primo de Rivera, aceitou a data e o rei Alfonso XIII assinou o decreto real que instituiu a FESTA DO LIVRO ESPANHOL.
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(*) No ano de 1930, A DATA COMEMORATIVA FOI TRASLADADA PARA 23 DE ABRIL, dia do falecimento de Cervantes.
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(*) No caso do escritor inglês, tal data não é precisa, pois que em Inglaterra, naquele tempo, ainda utilizava o calendário juliano, pelo que havia uma diferença de 10 dias para o calendário gregoriano usado em Espanha. Assim Shakespeare faleceu efetivamente 10 dias depois de Cervantes.
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(*) Em 1996, a UNESCO instituiu 23 DE ABRIL COMO O DIA MUNDIAL DO LIVRO E DO DIREITO DE AUTOR, para assinalar o falecimento de outros escritores, como Josep Pla, escritor catalão, e William Shakespeare, dramaturgo inglês.
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(*) DIA NACIONAL DO LIVRO: 29 DE OUTUBRO, por que foi nesse dia, em 1810, que a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil, quando então foi fundada a Biblioteca Nacional e esta data escolhida para o DIA NACIONAL DO LIVRO.
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(*) O Brasil passou a editar livros a partir de 1808, quando D.João VI fundou a IMPRENSA RÉGIA e o primeiro livro editado foi "MARÍLIA DE DIRCEU", de TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA.
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(*) O DIA MUNDIAL DA POESIA CELEBRA-SE A 21 DE MARÇO, foi criado na XXX Conferência Geral da UNESCO em 16 de Novembro de 1999.
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(*)-Dia Nacional da Poesia: 14 de Março
(*) Durante o governo Getúlio Vargas, em cuja gestão do Ministro da Educação Gustavo Capanema, em 1938, instituiu a COMISSÃO NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO. Aprovado dia 27 DE FEVEREIRO o DIA DO LIVRO DIDÁTICO NO BRASIL.
A poesia nacional tem um dia no calendário dedicado a ela? Pois bem, não por acaso, no dia 14 de março comemoramos o Dia Nacional da Poesia.
Criada para difundir a poesia e a linguagem literária, a data foi escolhida para homenagear um de nossos maiores poetas, Antônio Frederico de Castro Alves, nascido na cidade de Curralinho (hoje Castro Alves), em 14 de março de 1847. Castro Alves foi considerado um dos mais brilhantes poetas românticos, responsável por uma nova concepção de amor na Literatura, além de um notável entusiasmo por grandes causas sociais, como a abolição da escravatura. Depois dele, muitos outros vieram, mas como grande poeta que foi, teve seu nome perpetuado em nossa história, sendo, então, digno de reverências e homenagens.
Nossa Literatura brasileira é profícua, sendo representada magistralmente por grandes poetas que fizeram do ofício da escrita sua profissão de fé. A poesia é uma das expressões artísticas mais populares e, permeada por seu lirismo característico, arrebata leitores e penetra em diferentes contextos, pois até mesmo diante da mais dura realidade pode nascer um poema (e como eles nos comovem!). Para comemorar a data, selecionamos para você belíssimos poemas de alguns de nossos maiores poetas que certamente o farão ter vontade de revisitar a poesia também em outros dias, não apenas quando avisar o calendário. Dos primeiros românticos aos poetas contemporâneos, do Olimpo à pedra, do púlpito das igrejas à poesia social, dez poemas brasileiros para você ler, reler e contemplar.
Aline Romariz-PRESIDENTE DA ANLPPB
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Os poemas para apreciação dos senhores acadêmicos!!
Cansaço
O NÁUFRAGO nadou por longas horas...
Na praia dorme frio num desmaio.
A força após a luta abandonou-o,
Do sol queimou-lhe a face ardente raio.
Pois eu sou como o nauta... Após a luta
Meu amor dorme lânguido no peito.
Cansado... talvez morto, dorme e dorme
Da indiferença no gelado leito.
Sobre as asas velozes a andorinha
Maneira se lançou nos puros ares...
Veio após o tufão... lutou debalde,
Mas em breve boiou por sobre os mares.
Eu sou como a andorinha... Ergui meu vôo
Sobre as asas gentis da fantasia.
A descrença nublou-me o céu da vida...
E a crença estrebuchou numa agonia.
Como as flores de estufa que emurchecem
Lembrando o céu azul do seu país,
Minha alma vai morrendo, suspirando
Por seus perdidos sonhos tão gentis.
E que durma ... E que durma ... ó virgem santa,
Que criou sempre pura a fantasia,
Só a ti é que eu quero que te sentes
Ao meu lado na última agonia.
Na praia dorme frio num desmaio.
A força após a luta abandonou-o,
Do sol queimou-lhe a face ardente raio.
Pois eu sou como o nauta... Após a luta
Meu amor dorme lânguido no peito.
Cansado... talvez morto, dorme e dorme
Da indiferença no gelado leito.
Sobre as asas velozes a andorinha
Maneira se lançou nos puros ares...
Veio após o tufão... lutou debalde,
Mas em breve boiou por sobre os mares.
Eu sou como a andorinha... Ergui meu vôo
Sobre as asas gentis da fantasia.
A descrença nublou-me o céu da vida...
E a crença estrebuchou numa agonia.
Como as flores de estufa que emurchecem
Lembrando o céu azul do seu país,
Minha alma vai morrendo, suspirando
Por seus perdidos sonhos tão gentis.
E que durma ... E que durma ... ó virgem santa,
Que criou sempre pura a fantasia,
Só a ti é que eu quero que te sentes
Ao meu lado na última agonia.
Castro Alves
-//-
O menino doente
O menino dorme.
Para que o menino
Durma sossegado,
Sentada ao seu lado
A mãezinha canta:
— "Dodói, vai-te embora!
"Deixa o meu filhinho,
"Dorme . . . dorme . . . meu . . ."
Durma sossegado,
Sentada ao seu lado
A mãezinha canta:
— "Dodói, vai-te embora!
"Deixa o meu filhinho,
"Dorme . . . dorme . . . meu . . ."
Morta de fadiga,
Ela adormeceu.
Então, no ombro dela,
Um vulto de santa,
Na mesma cantiga,
Na mesma voz dela,
Se debruça e canta:
— "Dorme, meu amor.
"Dorme, meu benzinho . . . "
Ela adormeceu.
Então, no ombro dela,
Um vulto de santa,
Na mesma cantiga,
Na mesma voz dela,
Se debruça e canta:
— "Dorme, meu amor.
"Dorme, meu benzinho . . . "
E o menino dorme.
Manuel Bandeira
-//-
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
Carlos Drummond de Andrade
-//-
A Educação pela Pedra
Uma educação pela pedra: por lições;
Para aprender da pedra, frequentá-la;
Captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
Ao que flui e a fluir, a ser maleada;
A de poética, sua carnadura concreta;
A de economia, seu adensar-se compacta:
Lições da pedra (de fora para dentro,
Cartilha muda), para quem soletrá-la.
Para aprender da pedra, frequentá-la;
Captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
Ao que flui e a fluir, a ser maleada;
A de poética, sua carnadura concreta;
A de economia, seu adensar-se compacta:
Lições da pedra (de fora para dentro,
Cartilha muda), para quem soletrá-la.
Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
E se lecionasse, não ensinaria nada;
Lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
Uma pedra de nascença, entranha a alma.
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
E se lecionasse, não ensinaria nada;
Lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
Uma pedra de nascença, entranha a alma.
João Cabral de Melo Neto
-//-
"Dois e Dois são Quatro"
Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena
Como teus olhos são claros
E a tua pele, morena
como é azul o oceano
E a lagoa, serena
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena
Como teus olhos são claros
E a tua pele, morena
como é azul o oceano
E a lagoa, serena
Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena
- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.
Ferreira GuIllar
-//-
Via Láctea
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Olavo Bilac
-//-
É preciso não esquecer nada
É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a ideia de recompensa e de glória.
a ideia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.
Cecília Meireles
-//-
Canção do dia de sempre
Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
Mario Quintana
-//-
Bem no Fundo
No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.
Paulo Leminski
-//-
Desilusão
Como a folha no vento pelo espaço
Eu sinto o coração aqui no peito,
De ilusão e de sonho já desfeito,
A bater e a pulsar com embaraço.
Eu sinto o coração aqui no peito,
De ilusão e de sonho já desfeito,
A bater e a pulsar com embaraço.
Se é de dia, vou indo passo a passo
Se é de noite, me estendo sobre o leito,
Para o mal incurável não há jeito,
É sem cura que eu vejo o meu fracasso.
Se é de noite, me estendo sobre o leito,
Para o mal incurável não há jeito,
É sem cura que eu vejo o meu fracasso.
Do parnaso não vejo o belo monte,
Minha estrela brilhante no horizonte
Me negou o seu raio de esperança,
Minha estrela brilhante no horizonte
Me negou o seu raio de esperança,
Tudo triste em meu ser se manifesta,
Nesta vida cansada só me resta
As saudades do tempo de criança.
Nesta vida cansada só me resta
As saudades do tempo de criança.
Patativa do Assaré
-//-
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