SONETO À VERDADE-nº 53 (LIII) VALOR DAS PARÁBOLAS
-Noneto-Poético Nº 91-Soneto nº 6.616
Interação com Klinger Sobreira de Almeida
Por Silvia Araújo Motta/BH/Brasil
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Errar é próprio do homem; ser mortal,
mas não se pode ter a mesma ação;
corrigir sempre o erro é que é normal;
a Caridade sabe dar razão.
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Toda Verdade tem valor moral,
traz reflexão, essência da adesão,
melhor conduta leva ao bom canal:
_Educação é força, luz, condão.
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Cristo pregou quarenta temas certos;
ensinamentos que nos fazem crer,
milagre existe; tempos são incertos.
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Superior ou Pai, quem for expor,
jamais humilha quem precisa ver:
_ A Dignidade traz respeito, amor.
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Belo Horizonte, 5 de dezembro de 2017.
https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6190333
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(*)Soneto-Clássico-sáfico-heroico; com sílabas fortes na 4ª, 6ª, 8ª e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, EDE; Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético: CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais. (Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva no 14º Verso (Último do segundo terceto). Email:clubedalinguaport@gmail.com
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https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2017/12/6616-soneto-verdade-valor-das-parabolas.html
Prezadas Leitoras,
Os Grandes Mestres que, de tempos em tempos, fazem a travessia
terrena, deixam-nos suas mensagens (transmissão de verdades), via de regra, em
forma de parábolas. Estas são insuscetíveis de alterações ou de modelações ao
gosto de épocas ou interesses mesquinhos. Às vezes, ou quase sempre, são
estórias simples, com aparência de tolas, ou confusas, mas o leitor perspicaz,
que adquiriu discernimento e elevação consciencial, saberá entender o sentido
da alegoria,.seu simbolizado espiritual com o fundo moral que lhe dá
substrato.
Com lastro nessa ensinança milenar, o tema LIII da série Rastreando a
Verdade, foca a PARÁBOLA como conduto de transmissão da verdade. Eis, pois,
mais um tema à livre apreciação.
Saudações,
Klinger Sobreira de Almeida – Cel. PM QOR
Presidente ALJGR/PMMG
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Rastreando a Verdade (LIII)
PARÁBOLA→Conduto da
Verdade
Há anos, recebi a incumbência de burilar
um Gerente. Profissional inteligente, probo
e de grande conhecimento, mas arestoso: pela franqueza sem disfarce, os
subordinados repudiavam-no. Sua maneira peculiar não conseguia construir
liderança. Seu gabinete, conhecido como “Sala do Saddam Hussein”.
Com pouco tempo, observando os atritos e a
insatisfação, chamei-o para uma conversa. Ele dizia-me que não aceitava erros;
exigia a perfeição; era franco e sincero no trato com os subordinados. Em
resposta, contei-lhe uma velha historieta popular.
De certa feita, encontraram-se a Parábola
e a Verdade. Aquela estava alegre e exuberante. Esta, chorosa e reclamona, expunha
à amiga suas queixas. Ninguém a escutava. Suas mensagens, ancoradas no saber,
eram ignoradas. E isto lhe doía. Queria o êxito, mas via o fracasso das
pessoas.
A Parábola, condoída, resolveu orientar a
amiga: – Uso suas mensagens, que contêm
toda essência do saber, e sou ouvida. Por quê? Sei chegar às pessoas; tenho
boas vestes; meu falar é manso e suave; conforme a natureza da mensagem,
disfarço-a sob o manto da fantasia. Você, não! Veste-se mal; é rija; atira a
mensagem como uma flecha; fere. Assim, as pessoas se assustam; ofendem-se;
fogem.
A Verdade escutava, pensativa e reflexiva.
E a Parábola prosseguia: - Vou lhe
emprestar roupas vistosas e até fantasias. Ensinar-lhe-ei o discurso que, sem
deturpar a essência, atrai, fascina e provoca reflexões no íntimo dos ouvintes.
A Verdade acolheu as orientações. Deixou
seu isolacionismo. Novas vestes. Novo
discurso: ameno, suave e pleno de amor. E adotou a Parábola como companheira.
Através dos tempos, a Parábola, muitas
vezes derivando para a forma de Apólogo, Fábula ou metáforas, fez uma simbiose
com a Verdade, e conduziu-a por veredas claras. Trouxe a luz a multidões.
Os Filósofos Gregos adotaram-na como
conduto da Verdade. Vide Sócrates com a Maiêutica; Platão com os Presos da
Caverna; Plotino com a Estátua. Ramakrishna, o legendário Indiano, carreou seus
ensinamentos profundos via Parábola: O Guru e o Discípulo, A Cobra e o Monge, O
Elefante e os Cegos... As insuperáveis “Verdades de Cristo” chegaram até nós
através de metáforas e mais de quarenta Parábolas.
O jovem Gerente, que me ouvira em
silêncio, reagiu: – Coronel, o Senhor tem
razão. Vou modificar. Serei outro. Cumprimentei-o. A partir daí, tive um Gerente
impecável que, liderando, alcançava todas as metas.
A historieta nos ensina que todo homem
quer ser tratado com respeito e
dignidade. Se erra – e errar é próprio do humano! – aquele que deve
corrigir e reorientar, seja pai, chefe ou superior, fá-lo-á com método de
civilidade e educação, às vezes com energia, tendo como farol a dignidade da
pessoa. A correção sempre pode ser uma maneira de o corrigido encontrar
oportunidades de melhoria em sua conduta. Jamais causar revolta. Jamais
humilhar. Jamais ferir.
A Parábola, bem engendrada, traz sempre o
fundo moral. Obriga à reflexão. E esta faz desabrochar a Verdade.
Klinger Sobreira de Almeida – Cel. PM QOR
Membro Efetivo-Fundador ALJGR/PMMG
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