Participaram da inauguração o procurador-geral de Justiça adjunto administrativo, Heleno Rosa Portes; o corregedor-geral do MPMG, Luciano França da Silveira Júnior; o secretário-geral da Procuradoria-Geral de Justiça, Gilberto Osório Resende; o chefe de gabinete, Carlos Henrique Tôrres de Souza; o diretor do foro local, juiz Danilo Couto Lobato Bicalho; a procuradora-geral do município, Ana Clara Dias; o coordenador regional da Defensoria Pública, Gilvan de Oliveira Machado; o presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, Giuliano Almada de Oliveira; a procuradora do Legislativo municipal, Cíntia Soares Rocha; o advogado regional do Estado, André Luis de Oliveira Silva; o comandante da 8ª região da Polícia Militar, coronel Rodrigo de Faria Mendes; o chefe do 8º departamento de Polícia Civil, delegado Vinícius Sampaio da Costa, o comandante do 5º Comando Operacional do Corpo de Bombeiros, coronel Alexandre Húmia Casarim; o deputado federal Hercílio Diniz e a deputada estadual Celise Laviola.
Ministério Público de Minas Gerais
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05/11/2020
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MEMÓRIA
DE UM HOMEM DO BEM
Quem passou pela vida em branca nuvem,
/E em plácido repouso adormeceu; /Quem não sentiu o frio da desgraça; /Quem
passou pela vida e não sofreu; /Foi espectro de homem, não foi homem. /Só
passou pela vida, não viveu. (Ilusões da Vida – Francisco Otaviano)
Januário
Carneiro, saudoso jornalista dos velhos tempos, ao saudar os agraciados com o
Troféu Kennedy, referia-se ao patrono da láurea concedida aos melhores
policiais do ano: JOHN KENNEDY FOI UM RELÂMPAGO QUE ILUMINOU O SÉCULO COM UM
ESPLENDOR INAPAGÁVEL.
Um
dia chegamos. Um dia partimos. A travessia humana é apenas uma passagem. Fugaz
e rápida, independente do maior ou menor tempo em que aqui passamos.
CLÉBER JOSÉ RODRIGUES, natural
de Bom Despacho/MG, 03Ago63, filho de um casal modesto: soldado João Batista
Rodrigues e Solange do Carmo Luciano Rodrigues. Família de muitos irmãos. A
infância foi de trabalho e estudos.
Travessia terrena, breve. 13Jun98, aos 34
anos, retornou à Pátria Espiritual, acompanhado de sua esposa Suzana e do filho
Thales Lucas. Acidente automobilístico próximo de Belo Horizonte.
Passagem breve, mas marcante. Em todo seu
percurso, deixou um perene rastro de luz.
Na Polícia Militar, desde os tempos de cadete,
seus coetâneos guardam a figura do jovem desportista, intelectual e idealista.
No Batalhão de Polícia
de Choque, integrando a tropa de elite – ROTAM – eis o tenente corajoso, mas
prudente, sempre à frente nas prisões e desestruturação de quadrilhas de assaltantes
perigosos. Permaneceu a imagem da conduta exemplar; vencida a pugna, era
inadmissível a violência arbitrária ou prática de torturas.
A partir de 1987, por 18
meses cursando a Escolar de Educação Física da Força Pública de São Paulo, que
acolhia oficiais de diversos Estados, recebeu o laurel de destaque do 1º lugar.
Instrutor da Academia de
Polícia Militar, 1989 a 1992, tornou-se paradigma do “mestre” diferenciado: não
mero transmissor de conhecimentos, mas, sim, o guia para o despertar interior e
elevação consciencial. Ao ser convocado para o Gabinete Militar do Governo,
legou aos seus alunos (dos cursos de oficial e de sargento) o esplendor de uma
luz que não se apagou no tempo.
O Direito – oportunidade
de dar a cada um o que lhe pertence: crescimento como pessoa, vida com
dignidade, justiça social... – levou-o a cursar com méritos a Faculdade Milton
Campos. Formado, a concretização de seus ideais, precisava de um campo mais
extenso. Então, vislumbrou a carreira no Ministério Público. O primeiro
concurso que se lhe abriu, foi na Bahia. Quando terminara as duas primeiras
etapas em 1º lugar, publicou-se o chamamento para o concurso em Minas. Larga o
quase concluído e exitoso concurso, e insere-se no novo, na certeza de
aprovação, que veio com o 1º lugar.
Em Mar95, no rastro de
saudades dos colegas, companheiros de jornadas gloriosas e ex-alunos, transfere-se
para a reserva na corporação militar mineira, e ingressa na carreira inicial do
Ministério Público.
Buscou o Ministério
Público não em vista de status ou
privilégios, mas, sim, por ideal. Ideal de Justiça. Ideal de participar, ativa
e proativamente, na construção de um mundo melhor.
Em pouco mais de três
anos, sempre acompanhado da família, transitou por diversas comarcas. Em cada
uma delas, deixou, à esteira, a luz imperecível de sua presença empreendedora e
dinâmica: Virginópolis, Santa Bárbara,
Lagoa da Prata, Corinto, Governador Valadares.... Nesta comarca, realizava-se
não só como o Promotor que teve a audácia e a coragem de desmanchar a teia
tenebrosa de um crime oculto, mas, e sobretudo, na condição de professor de
futuros bacharéis em Direito.
Em novembro de 1998,
respondendo uma carta do dr. Hipólito, Juiz de Lagoa da Prata, que Cleber me
fora: “... mais que um genro... mais que
um filho... mais que um amigo... Cleber foi meu companheiro. Companheiro de
intercâmbio intelectual: a ele, entreguei parte de minha modesta biblioteca
jurídica; com ele, penetrava e garimpava a profunda saga literária de Gibran,
Herman Hesse (...) juntos, buscávamos os meandros da arte de liderar, lendo,
comentando e analisando... Cleber foi meu parceiro na busca dos ‘porquês’: o
insondável do mundo espiritual e a realidade tenebrosa das mazelas sociais...”
Quando Promotor de Santa
Bárbara, mesmo enfrentando a cúpula hierárquica da Igreja, trouxe à tona
atividades de pedofilia de um Padre que, anos antes, viera corrido de Santa
Catarina pelas mesmas práticas. Conseguiu condená-lo e colocá-lo na prisão. O
fato, descoberto por um repórter da VEJA, tornou-se nacional. Todavia, a
revista, na sua ampla cobertura, não logrou entrevistar o Promotor Cléber, que
teve a ira da imprensa por sua resposta: – “tudo
que tenho a respeito está nos autos do processo. ” Esta era sua postura;
admirável e impecável. Discrição na aplicação imparcial e corajosa da justiça.
Nada de subir no patamar de glórias ilusórias. Nada de entrevistas sobre fatos
de processo criminal.
Na revista VEJA,
04Mar98, última página, Roberto Pompeu de Toledo, no seu tradicional ensaio, reverbera
a estrutura dos “Escravos do carvão e da
cachaça – Em Goiás, vem a luz uma
história de exploração e aviltamento do ser humano, infâmia e sordidez”. Tudo
começara, quando uma mãe, residente em Bom Despacho, soube que seu filho,
vivendo como escravo numa fazenda goiana, fora assassinado. Não se conformou, e
procurou justiça, mas sempre se frustrando. Até que se lembrou do Promotor de
Lagoa da Prata, que conhecera infante em sua terra. Levou-lhe o fato. Cléber
preparou circunstanciada Representação e movimentou os poderes de Brasília:
Ministérios e Tribunais Superiores. Resultado: desmantelamento da organização criminosa. No afã de proporcionar
justiça ao próximo, avançava fronteiras.
Professor, 1998, na
Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce, firmou, perante os alunos, um padrão
de mestre inesquecível. Na formatura, em 2000, quando o homenagearam, in memoriam, dando seu nome à turma, os
alunos comentavam sua última aula, 10Jun98, três dias antes do fatal acidente
de trânsito. Cléber pediu aos alunos que fechassem o Código Penal: – “Naquela
noite não lhes falaria de Direito Penal. Queria convocá-los à reflexão a
respeito de Ética, Moral e Amor no exercício do Direito...” Disse-me uma
bacharelanda comovida: – “Foi como se um
profeta estivesse falando”.
Comentando dos contrastes e controvérsias do
relacionamento humano nos quais atua o Direito – conciliando, solucionando,
apaziguando... – a bacharel de janeiro de 2.000, Rita de Cássia Souza Carvalho
(Cassinha), interpretando os sentimentos da turma, nos oferece o perfil do
Professor Cléber: - “.... É justamente
nesse ponto que nos orgulhamos e enaltecemos o enorme prazer em termos tido, como
mestre e grande incentivador, o Professor Cléber José Rodrigues. Fomos sua
primeira e, infelizmente, derradeira turma de alunos. Solidarizamos com pesar
por aqueles que não foram agraciados com essa oportunidade. Mesmo breve, foi
crucial, determinante em nossas vidas e carreira. Se o destino tivesse
permitido, seguramente, ele nos conduziria pelas nossas comemorações, como
patrono ou paraninfo (...) como inesquecível professor, foi e continuará sendo
o nosso mentor e mestre...”.
Por tudo que, num
retrospecto mental, se olha na vida de Cléber – estudante, militar,
desportista, instrutor, professor e membro do Ministério Pública – podemos
afirmar, parafraseando Januário Carneiro, que sua breve travessia terrena foi
um relâmpago que iluminou com um esplendor inapagável escolas, cidades e
instituições. À sua esteira, no retorno à Pátria Espiritual, deixou a luz
imperecível de suas ações exemplares, de sua conduta lastreada em dignidade,
coragem, probidade e anseio de justiça. Foi ele, acima de tudo, um Homem do Bem.
Prezados integrantes do
Ministério Público, Procuradores de Justiça e Promotores de Justiça de
Governador Valadares, em meu nome, como sogro do saudoso Cléber José Rodrigues,
e seu filho – Thiago Sobreira Rodrigues – agradecemos a honrosa homenagem que
se presta, nesta oportunidade, perenizando sua Memória na parte frontal deste
prédio que acolherá os cultores do Direito, na meritória atividade de defender
a justiça em todos os seus aspectos e nuances.
Quem adentrar à sede da
Promotoria de Justiça de Governador Valadares – Prédio Promotor de Justiça
CLÉBER JOSÉ RODRIGUES – estará diante de um nome que evoca um símbolo: o HOMEM
DO BEM.
Belo Horizonte, 05 de novembro de 2020.
Klinger Sobreira de
Almeida – Cel PM Ref. (Sogro de Cléber)
Thiago Sobreira
Rodrigues – filho de Cléber
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PROMOTOR DE JUSTIÇA
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Acróstico-histórico-biográfico Nº 7388
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil.
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C-Cleber José Rodrigues, Promotor;
L-Lugar de Destaque, na PMMG...
E-Em 01/Fev/1982, fez o Concurso,
B-Bem classificado, Aspirante a Oficial:
E-Em 3º lugar, Turma de Dez - 1985.
R-Recebeu elogio por Destaque Intelectual.
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J-Jovem premiado, Nadador exímio alcançou
O-Os recordes de vários Jogos Olímpicos...
S-Sua mãe Solange do Carmo Luciano Rodrigues
É-E o pai, Cabo PM, João Batista Rodrigues/BD/MG.
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R-Recebido no berço natal, de Bom Despacho/MG,
O-O registro no cartório, dia 03 de agosto de 1963.
D-De 1982 a 85: Formação de Oficiais/APM/MG.
R-Recebeu 1º lugar: Curso de Educ. Física APM/SP.
I-Integrado no Batalhão de Polícia-ROTAM/PMMG.
G-Garantiu ser Orador, na Formatura: Curso de Direito;
U-Um brilhante aluno da Faculdade Milton Campos/BH.
E-Em 16/04/1988 casou-se com estudante de Engenharia:
S-Suzana Assis de Almeida, filha de Zaíra e Cel. PM Klinger.
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P-Professor/ Instrutor na APM-PMMG, de 1989 a 1993.
R-Referência profissional no Gabinete Militar de 94-95,
O-Onde prestou serviço ao Governador do Estado/MG.
M-Militar, pediu Dispensa; na Reserva-Posto de Capitão.
O-O Concurso para Promotor de Justiça, na Bahia
T-Teve 1º lugar até a segunda etapa, mas fez também
O-O Concurso para Minas Gerais e obteve o 1º lugar.
R-Retornou à Pátria Espiritual, em junho de 1998, junto
...da esposa e o filho Thales Lucas. Thiago sobreviveu ao
...acidente automobilístico. Pai, seja feita a Vossa Vontade.
---Belo Horizonte, Minas Gerais, 03 de agosto de 2020.