FALECEU NA MANHÃ do dia 12 de julho de 2013 O GRANDE TROVADOR IZO GOLDMAN.
A CERIMÔNIA FÚNEBRE foi REALIZADA NO CREMATÓRIO HORTO DA PAZ, À RUA
HORTO DA PAZ, 191, ITAPECERICA DA SERRA, SP
CREMAÇÃO DO CORPO : ÀS 17 HORAS
Fonte:
-//-
5219- IZO GOLDMAN-FALECEU DIA 12-7-2013-UBT ESTÁ DE LUTO-
-
Homenagem-acróstica nº 5219
Por Silvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil
-
I-Izo Goldman, atuante Magnífico Trovador,
Z-Zeloso e exigente Palestrante, vibrante,
O-O grande poeta apaixonado pela Trova,
-
G-Ganhou fama de excelência, impôs respeito.
O-Orientador do Decálogo dos Trovadores,
L-Líder reconhecido e notável Trovador por
D-Direito adquirido, contundente e expressivo;
M-Marcou a criação do Boletim Informativo;
A-Aos 06-7-1932 nasceu em Porto Alegre e faleceu
N-No dia 12 de julho de 2013, em São Paulo.
---DESCANSE EM PAZ!---
-
Belo Horizonte, Minas Gerais, julho de 2013.
http://www.recantodasletras.com.br/acrosticos/4385937
-//-
IZO GOLDMAN, filho de Alberto e Esperança, nascido em Porto Alegre em 06 de novembro de 1932, entrou para a Trova em 1972, levado por Magdalena Léa, em Niterói. Em 1976 transferiu-se para a capital paulista, onde reativou a Seção da UBT/SP e criou o tradicional "Boletim Informativo". "Magnífico Trovador" por Nova Friburgo, "Notável Trovador" por Pouso Alegre, também já foi presidente estadual da UBT São Paulo, e Secretário da UBT Nacional, entre outros cargos. Lançou em 2008 o livro "Trovas de quem ama a Trova", cujo título, por si, é o cartão de apresentação do autor.
Amado por uns, odiado por outros, seu estilo contundente é inconfundível, em defesa daquela que foi sua maior paixão na vida: a TROVA!
Falecido em São Paulo, aos 12 de julho de 2013, após longa enfermidade.
TROVAS LÍRICO/FILOSÓFICAS
01
Meu conflito e meu fracasso
é que as trovas que componho
têm sempre os versos que eu faço,
e nunca os versos que eu sonho...
02
Esta vida é uma contenda, (1º lugar Maricá/RJ 1983)
é um eterno desafio.
Vem o sonho – faz arenda ;
vem a vida – puxa o fio.
03
A vida pôs, por maldade,
tanta distância entre nós,
que, quando eu canto, é a saudade
que faz a segunda voz...
04
A esperança é uma resposta
com malícia de mulher:
-- Sabendo o que a gente gosta,
promete o que a gente quer...
05
Para mantê-los me empenho, (Menção Honrosa UBT Rio de Janeiro - 1980)
porque penso sempre assim:
tendo os amigos que tenho,
eu nem preciso de mim!
06
Quando os caprichos passados
vão seguindo à nossa frente,
colocam fardos pesados
sobre o futuro da gente...
07
Em minhas noites vazias,
eu faço, das madrugadas,
as eternas travessias
de viagens sem chegadas...
08
Tu partiste e é tão intensa
esta dor dentro de mim,
que chega a ser uma ofensa
saudade doer assim!...
09
É a tua ausência que aumenta
a intensidade do drama
que a saudade representa
no palco de nossa cama!...
10
Tu partiste e, na vidraça,
a chuva chora também,
por um ontem que não passa
e, um amanhã... que não vem...
11
Quando tu dizes que és minha,
teu reino sofre um agravo:
- como pode uma Rainha
pertencer ao seu escravo?!...
12
Ele trouxe ao seu rebanho
muito amor e muita luz.
Barqueiro de um barco estranho
Talhado em forma de cruz!
13
Neste mundo que se exprime
através de mãos armadas,
chega a parecer que é crime
a genteandar de mãos dadas!!!
14
Que a imprensa sempre confirme
esta verdade sagrada:
- Sua pena Quando é firme,
é mais forte do que a espada!
15
Chuva e sol, tela encantada,
onde o maior dos pintores
pinta a curva caprichada
de um arco de sete cores!
16
A mais grave das ofensas
quase sempre tem raízes
quando dizes o que pensas
ou não pensas no que dizes.
17
Trago minhas mãos manchadas
de sangue, pelos espinhos
das mil rosas perfumadas
que espalhei nos teus caminhos...
18
Esperando, apaixonado,
antes que a Lua desponte,
o Sol pinta de dourado
as paredes do horizonte!!!
19
Na beleza dos seus versos
Luiz Otávio comprova
que cabem mil universos
nos quatro versos da trova.
20
São Francisco fez do nada
sua fortuna: a Oração,
uma batina surrada,
e os três nós do coração!!!
21
Estrada que imita a vida,
velho rio de água turva,
quanta esperança perdida
vais deixando em cada curva...
22
Eu e tu, duas metades
que a vida vai separando...
Eu e tu, duas saudades
na saudade se encontrando...
23
O poeta é um sonhador
que, num verso, entrega ao mundo,
a eternidade do amor,
na volúpia de um segundo...
24
No drama de uma seresta,
nossa vida retratada:
- eu sou violão em festa,
e tu, janela fechada...
25
"Volta!", eu peço, em voz bem alta!
Antes que a minha ansiedade
faça com que o "sentir falta"
passe a chamar- se... "saudade"...
26
Esta força desmedida
das cascatas faz que eu pense
que, às vezes, também na vida,
é caindo que se vence!!!
27
A saudade me consome
e as angústias são pesadas, (Vencedora Niterói 1993)
quando eu murmuro teu nome
e o vento... dá gargalhadas...
28
Na jangada a vela panda (Vencedora Niterói 1993)
parece um ouvido atento ,
à espera de prece branda
que há no murmúrio do vento.
29
Partir é quase morrer... (M. Honrosa Elos Clube SP 1992)
É deixar na despedida
um pouco do próprio ser
e muito da própria vida...
30
Teu "Adeus" eu não censuro, ( Concurso Intersedes1994)
censuro é um erro fatal:
meu amor não fez "Seguro"
que pague a "perda total"...
31
Na velhice, as incertezas, (Vencedora em Bandeirantes - 1990)
para ocupar os espaços,
vão empilhando tristezas
e acumulando cansaços...
32
Na imensa feira da vida,
as barracas da ironia:
a das culpas - concorrida!... (6º lugar Três Rios/RJ, 1976)
a dos remorsos - vazia...
33
Contradição bem marcada,
que teima em nos separar:
- Meu amor toca a alvorada, (7º lugar Pouso Alegre, 1995)
e o teu não quer acordar...
34
Jogam “xadrez” as nações,
e, no “jogo” em que se empenham, (M. Honrosa RJ, 1983)
sacrificam os “peões”,
para que os reis se mantenham.
35
És um arbusto florido...
Eu sou o vento que passa, (ME Niterói 1999)
e, num delírio atrevido,
te despe e depois... te abraça...
36
No viver o que mais cansa (4º lugar em Pouso Alegre - 1999)
são estas andanças vãs,
correndo atrás da esperança
e perseguindo amanhãs.
37
Sem esquinas ... sem saídas ... (2º lugar em Pouso Alegre - 2000)
muitas vidas são assim ...
Ruas retas e compridas,
e um grande portão no fim ...
38
Tentei... Lutei... Mas não pude
deixar de crescer e, agora,
desejo as boldas de gude
que em criança, joguei fora...
39 - TERNURA
A Coroa... A Cruz... Os Cravos... (Jacarezinho/PR - 1993)
Por que deixaste, Senhor,
pagarmos com tais agravos
a ternura de um AMOR?!...
40 - JESUS
A Coroa... A Cruz... Os Cravos... (XX Encontro de Trovadores, Petrólis - 2001)
Por que deixaste, Senhor,
pagarmos com tais agravos
tanta fé e tanto AMOR?!...
41 - CARTA
Vou queimando lentamente
tuas cartas, na ansiedade
de quem tenta, inutilmente,
queimar a própria saudade.
42
Ele trouxe ao seu rebanho
muito amor e muita luz.
Barqueiro de um barco estranho, (5º lugar I Conc. Nac. Trovas da Bahia - 1976)
talhado em forma de cruz!
43
Chegando além do horizonte, (Menção Honrosa em BH - 1997)
a vida é estrada comprida;
no fim da vida, uma ponte:
no fim da ponte, outra vida...
44
Enquanto eu tirava espinhos
das rosas que te ofertava,
deixavas nos meus caminhos (Menção Especial em Fortaleza - 1976)
os espinhos que eu tirava...
45
Quem morreu naquela Cruz (co-vencedora em Niterói - 1974)
foi o Corpo, nada mais.
Ninguém apaga uma Luz,
crucificando ideais!
46
Que todo mundo, ao julgar, (Menção Especial em Pouso Alegre/MG - 1978)
recorde a imagem serena
d'Aquele que soube achar
virtudes em Madalena!...
47
Negrinho do Pastoreio, (1º lugar em Ribeirão Preto - 1975)
já não creio mais em ti,
pois foi saudade que veio,
em vez do amor que pedi!
48
Estrada que imita a vida, (1º lugar Intersedes Nacional - 1986)
velho rio de água turva,
quanta esperança perdida
vais deixando em cada curva...
49
Nenhum de nós é culpado (co-vencedora no Rio de Janeiro - 1979)
se o Destino faz trapaça,
cobrando preço dobrado
por sonhos que são de graça...
50
No livro de nossa vida,
por culpa do teu ciúme, (Menção Honrosa no Rio de Janeiro - 1979)
a estória foi dividida
e eu fiquei noutro volume...
51
Saudade, imagem barroca,
que eu trago dentro do peito, (3º lugar em Santos - 1976)
tem a cor da tua boca,
tem o jeito do teu jeito...
52
De braços desabraçados,
somos duas ilhas... somos (4º lugar em Santos - 1980)
dois pedaços separados
do continente que fomos...
53
Roleta da vida, espelho
dos enganos que eu cometo; (co-vencedora em São Jerônimo da Serra - 1994)
ponho as fichas no vermelho
e o Destino grita: "Preto"!!!
TROVAS HUMORÍSTICAS
01
Da vaidade ela se exime,
é gorda mas não se importa.
Em vez de fazer regime,
mandou aumentar a porta!
02
Malandro não se mascara
nem mesmo num jogo à toa:
- em três lances pede "cara",
mas... no "quarto"... quer coroa...
03
Quando pergunta o burrinho,
diz a mula, envergonhada:
p "Tu nasceste, meu filhinho,
por causa de uma... burrada!..."
04
Na briga que o meu cabelo
e a careca estão travando,
lamento ter dizê-lo,
a careca está ganhando...
05
É tão magro que de frente,
parece que está de lado,
e de lado, simplesmente,
nem pode ser avistado...
06
Cara cheia... Perna bamba,
ele mesmo se conforta,
olha a rua e diz: - "Caramba!"
Nunca vi rua mais torta!..."
07
Quando abraço mulher feia
que não seja minha amiga,
ou estou de "cara cheia"
ou separa... porque é briga...
08
Explicava, minha amiga,
os muitos filhos que tem:
- "De dia o marido briga,
de noite... fica de bem..."
09
Ficou rico o Zé Maria
na seca do Juazeiro,
vendendo "fotografia
de chuva"... por "dois cruzeiro"...
10
Vendo alguém varrer o chão,
ele deita de comprido
e dá logo a explicação:
"Quero ser... doido varrido..."
11
A galinha está... chocada...
e o galo velho, uma bala,
porque existe na ninhada
um pinto verde... que fala!!!
12
"Casamento... - alguém já disse -
é chegar à encruzilhada
onde acaba a criancice
e começa a criançada..."
13
Todo "barbeiro" sustenta
que a batida foi assim:
- Veio um poste a mais de oitenta,
na contra-mão, contra mim!...
14
No paraquedas, fechado,
uma etiqueta dizia:
- "Se falhar ao ser usado,
reclame. Tem garantia..."
15
Se ao telefone um amigo
me pede "algum" emprestado,
eu disfarço a voz e digo:
- Senhorrr ligarrr enganado!...
16
Tenho medo de mulher
com marido, e mesmo sem... (co-vencedora UBT Rio de Janeiro - 1979)
- da solteira, porque quer...
- da casada, porque tem...
17
O parafuso anda cheio,
pois tem o corpo enrolado,
cabeça partida ao meio
e vive sendo apertado...
18
Ao ouvido do negrinho,
diz a negrinha "espoleta":
-- Se formos para o escurinho,
a coisa vai ficar... preta...
19
No seu discurso que cansa,
o candidato ao Congresso
me lembra que "a inguinorança"
é que "astravanca o pogresso"...
20
A mini saia amarela
da professora, eu bendigo...
pois, em frente à mesa dela
é que eu fiquei de castigo!...
21
"Causa mortis" de um otário:
alergia ou resfriado.
Espirrou dentro do armário,
e o marido estava armado!
22
Sai do museu, braço dado
com sua sogra, o Sinfrônio;
e o guarda grita, alarmado:
"Tão roubando o patrimônio!"
23
"Conserto carros e pinto",
e, na oficina, que aperto!
Só velhinhos no recinto,
querendo fazer... conserto!...
24
Toda a razão do alarido
é que ela viu a pontinha
do quiabo do marido
na panela da vizinha!!!
25
Diz o Zezinho, zangado,
do zero que recebeu:
-- Não acho que escreva errado,
se escrevo, o "pobrema" é meu!...
26
O pai da moça, que é mau,
chega em casa e acaba o "baile"...
É que o Zé, "cara-de-pau",
tava namorando em... "braile"!!!
27
Ao ver um vulto suspeito,
o ciumento não poupa:
dá dois tiros bem no peito
do espelho do guarda-roupa...
28
Ela não sabe o que faça --
do marido e do fogão:
- num, o carvão faz fumaça...
e no outro, falta o... "carvão"...
29
A noiva esconde a... "cintura"...
com as dobras do vestido;
e, na igreja, alguém murmura:
-- Casório... pré concebido...
30
Ao galo meio inibido,
diz a pata sem recato:
-- Não tenha medo, querido,
meu marido é mesmo um... pato!!!
31
"Vem aí um furacão!!!,
avisa a rádio, -- Cuidado!!!"
E o genro, por precaução,
põe a sogra... no telhado!!!
32
Tomou Viagra... Fracasso...
Foi cobrar de quem vendeu:
-- E agora, como é que eu faço???
-- Enterra! Que já morreu!!!
33
Diz ela, sem esperança:
-- Toda noite eu armo o... "bote",
mas, quando tento a... "cobrança",
meu marido... dá o calote!
34
A noiva, por ironia,
na mala só vai levar
a camisola-do-dia,
que à noite... nem vai usar...
35
Se a gente fosse dar crédito
ao que diz a maioria,
só de !autor de livro inédito"
tinha uns mil na Academia!...
36
Pulando do nono andar, (M. Honrosa-8º lugar Nova Friburgo 1989)
o otimista diz a alguém
que, no quarto, o vê passar:
-- Até agora... tudo bem!!!
37
Diz a vagalume ordeira
ao vagalume estouvado:
-- Não me sentes na cadeira
que me queimas o estofado!...
38
A cozinha da maloca
é tão baixinha e apertada,
que, na panela, a pipoca,
não pula... fica sentada!!!
39
"Vai", "Aperta", "Assim", "Cuidado"...
Ela geme... Ele se cala...
Não há nada mais gozado
que um casal... fazendo a mala!
40
A mulher do carvoeiro
diz que o marido é uma... "graça".
pois faz fogo o dia inteiro
mas, de noite, é só fumaça...
41
Foi bem no peito a pedrada!!!
E o Manoel não gostou!!!
Vira pra trás, voz zangada,
e pergunta: "Quem jogou?..."
42
Pergunta o pai bigodudo,
com a voz meio engasgada:
-- Quem foi que pôs cola-tudo
no pote da marmelada?...
43
Grita o ajudante "fiel"
ao pintor, lá na calçada:
-- Se segura no pincel
que eu vou precisar da escada!
44
Não melindre os portugueses!
Conte as piadas assim:
-- Era uma vez dois chineses...
Manoel e Joaquim...
45
Minha sogra está doente,
e o diabo apavorado!
Se ela morre de repente,
ele está desempregado!...
46
Saias curtas ou compridas,
realmente não importa:
as casas não são medidas
pelo tamanho da porta...
47
O genro, com voz macia,
chama a sogra de... "Charada..."
pensando: -- Quem sabe um dia,
alguém "mata" a desgraçada!...
48
"Pratos rápidos", dizia,
lá no boteco o cartaz;
e quando o prato saía,
o freguês corria atrás!!!
49
Vai haver muito freguês
no dia em que alguém disser:
-”Pague duas, leve três!!!”
e, o “produto”, for... mulher...
50
Bom gosto de português (co-vencedora no Clube Pinheiros - 1992)
na sinuca se reflete;
toda vez que é sua vez,
ele vai na... bola sete!
51
Pergunta o pai bigodudo,
com a voz meio engasgada: (co-vencedora em Juiz de Fora - 1983)
- Quem foi que pôs cola-tudo
no pote de marmelada?...
52
Vai bem o namoro, até
que o pai dela chega, e então, (4º lugar em Ribeirão Preto - 1996)
o garotão dá no pé
e a moça fica... na mão...
53
Minha sogra está doente (Menção Honrosa em Santos Dumont/MG - 1976)
e o diabo, apavorado:
- se ela morre de repente,
ele está desempregado!...
54-A
Vida de pobre é engraçada, (co-vencedora em São P)aulo - 2003)
ou é dura e divertida:
enquanto dança lambada,
leva “lambadas” da vida...
54-B
Vida de pobre é gozada! (4º lugar em Sete Lagoas/MG - 1990)
É dura, mas divertida
Enquanto dança lambada,
leva "lambadas"da vida!
-/-
TROVAS MEMORÁVEIS DE IZO GOLDMAN:
Meu conflito e meu fracasso
é que as trovas que componho
têm sempre os versos que eu faço,
e nunca os versos que eu sonho...
02
Esta vida é uma contenda, (1º lugar Maricá/RJ 1983)
é um eterno desafio.
Vem o sonho – faz a
vem a vida – puxa o fio.
03
A vida pôs, por maldade,
tanta distância entre nós,
que, quando eu canto, é a saudade
que faz a segunda voz...
04
A esperança é uma resposta
com malícia de mulher:
-- Sabendo o que a gente gosta,
promete o que a gente quer...
05
Para mantê-los me empenho, (Menção Honrosa UBT Rio de Janeiro - 1980)
porque penso sempre assim:
tendo os amigos que tenho,
eu nem preciso de mim!
06
Quando os caprichos passados
vão seguindo à nossa frente,
colocam fardos pesados
sobre o futuro da gente...
07
Em minhas noites vazias,
eu faço, das madrugadas,
as eternas travessias
de viagens sem chegadas...
08
Tu partiste e é tão intensa
esta dor dentro de mim,
que chega a ser uma ofensa
saudade doer assim!...
09
É a tua ausência que aumenta
a intensidade do drama
que a saudade representa
no palco de nossa cama!...
10
Tu partiste e, na vidraça,
a chuva chora também,
por um ontem que não passa
e, um amanhã... que não vem...
11
Quando tu dizes que és minha,
teu reino sofre um agravo:
- como pode uma Rainha
pertencer ao seu escravo?!...
12
Ele trouxe ao seu rebanho
muito amor e muita luz.
Barqueiro de um barco estranho
Talhado em forma de cruz!
13
Neste mundo que se exprime
através de mãos armadas,
chega a parecer que é crime
a gente
14
Que a imprensa sempre confirme
esta verdade sagrada:
- Sua pena Quando é firme,
é mais forte do que a espada!
15
Chuva e sol, tela encantada,
onde o maior dos pintores
pinta a curva caprichada
de um arco de sete cores!
16
A mais grave das ofensas
quase sempre tem raízes
quando dizes o que pensas
ou não pensas no que dizes.
17
Trago minhas mãos manchadas
de sangue, pelos espinhos
das mil rosas perfumadas
que espalhei nos teus caminhos...
18
Esperando, apaixonado,
antes que a Lua desponte,
o Sol pinta de dourado
as paredes do horizonte!!!
19
Na beleza dos seus versos
Luiz Otávio comprova
que cabem mil universos
nos quatro versos da trova.
20
São Francisco fez do nada
sua fortuna: a Oração,
uma batina surrada,
e os três nós do coração!!!
21
Estrada que imita a vida,
velho rio de água turva,
quanta esperança perdida
vais deixando em cada curva...
22
Eu e tu, duas metades
que a vida vai separando...
Eu e tu, duas saudades
na saudade se encontrando...
23
O poeta é um sonhador
que, num verso, entrega ao mundo,
a eternidade do amor,
na volúpia de um segundo...
24
No drama de uma seresta,
nossa vida retratada:
- eu sou violão em festa,
e tu, janela fechada...
25
"Volta!", eu peço, em voz bem alta!
Antes que a minha ansiedade
faça com que o "sentir falta"
passe a chamar- se... "saudade"...
26
Esta força desmedida
das cascatas faz que eu pense
que, às vezes, também na vida,
é caindo que se vence!!!
27
A saudade me consome
e as angústias são pesadas, (Vencedora Niterói 1993)
quando eu murmuro teu nome
e o vento... dá gargalhadas...
28
Na jangada a vela panda (Vencedora Niterói 1993)
parece um ouvido atento ,
à espera de prece branda
que há no murmúrio do vento.
29
Partir é quase morrer... (M. Honrosa Elos Clube SP 1992)
É deixar na despedida
um pouco do próprio ser
e muito da própria vida...
30
Teu "Adeus" eu não censuro, ( Concurso Intersedes1994)
censuro é um erro fatal:
meu amor não fez "Seguro"
que pague a "perda total"...
31
Na velhice, as incertezas, (Vencedora em Bandeirantes - 1990)
para ocupar os espaços,
vão empilhando tristezas
e acumulando cansaços...
32
Na imensa feira da vida,
as barracas da ironia:
a das culpas - concorrida!... (6º lugar Três Rios/RJ, 1976)
a dos remorsos - vazia...
33
Contradição bem marcada,
que teima em nos separar:
- Meu amor toca a alvorada, (7º lugar Pouso Alegre, 1995)
e o teu não quer acordar...
34
Jogam “xadrez” as nações,
e, no “jogo” em que se empenham, (M. Honrosa RJ, 1983)
sacrificam os “peões”,
para que os reis se mantenham.
35
És um arbusto florido...
Eu sou o vento que passa, (ME Niterói 1999)
e, num delírio atrevido,
te despe e depois... te abraça...
36
No viver o que mais cansa (4º lugar em Pouso Alegre - 1999)
são estas andanças vãs,
correndo atrás da esperança
e perseguindo amanhãs.
37
Sem esquinas ... sem saídas ... (2º lugar em Pouso Alegre - 2000)
muitas vidas são assim ...
Ruas retas e compridas,
e um grande portão no fim ...
38
Tentei... Lutei... Mas não pude
deixar de crescer e, agora,
desejo as boldas de gude
que em criança, joguei fora...
39 - TERNURA
A Coroa... A Cruz... Os Cravos... (Jacarezinho/PR - 1993)
Por que deixaste, Senhor,
pagarmos com tais agravos
a ternura de um AMOR?!...
40 - JESUS
A Coroa... A Cruz... Os Cravos... (XX Encontro de Trovadores, Petrólis - 2001)
Por que deixaste, Senhor,
pagarmos com tais agravos
tanta fé e tanto AMOR?!...
41 - CARTA
Vou queimando lentamente
tuas cartas, na ansiedade
de quem tenta, inutilmente,
queimar a própria saudade.
42
Ele trouxe ao seu rebanho
muito amor e muita luz.
Barqueiro de um barco estranho, (5º lugar I Conc. Nac. Trovas da Bahia - 1976)
talhado em forma de cruz!
43
Chegando além do horizonte, (Menção Honrosa em BH - 1997)
a vida é estrada comprida;
no fim da vida, uma ponte:
no fim da ponte, outra vida...
44
Enquanto eu tirava espinhos
das rosas que te ofertava,
deixavas nos meus caminhos (Menção Especial em Fortaleza - 1976)
os espinhos que eu tirava...
45
Quem morreu naquela Cruz (co-vencedora em Niterói - 1974)
foi o Corpo, nada mais.
Ninguém apaga uma Luz,
crucificando ideais!
46
Que todo mundo, ao julgar, (Menção Especial em Pouso Alegre/MG - 1978)
recorde a imagem serena
d'Aquele que soube achar
virtudes em Madalena!...
47
Negrinho do Pastoreio, (1º lugar em Ribeirão Preto - 1975)
já não creio mais em ti,
pois foi saudade que veio,
em vez do amor que pedi!
48
Estrada que imita a vida, (1º lugar Intersedes Nacional - 1986)
velho rio de água turva,
quanta esperança perdida
vais deixando em cada curva...
49
Nenhum de nós é culpado (co-vencedora no Rio de Janeiro - 1979)
se o Destino faz trapaça,
cobrando preço dobrado
por sonhos que são de graça...
50
No livro de nossa vida,
por culpa do teu ciúme, (Menção Honrosa no Rio de Janeiro - 1979)
a estória foi dividida
e eu fiquei noutro volume...
51
Saudade, imagem barroca,
que eu trago dentro do peito, (3º lugar em Santos - 1976)
tem a cor da tua boca,
tem o jeito do teu jeito...
52
De braços desabraçados,
somos duas ilhas... somos (4º lugar em Santos - 1980)
dois pedaços separados
do continente que fomos...
53
Roleta da vida, espelho
dos enganos que eu cometo; (co-vencedora em São Jerônimo da Serra - 1994)
ponho as fichas no vermelho
e o Destino grita: "Preto"!!!
TROVAS HUMORÍSTICAS
01
Da vaidade ela se exime,
é gorda mas não se importa.
Em vez de fazer regime,
mandou aumentar a porta!
02
Malandro não se mascara
nem mesmo num jogo à toa:
- em três lances pede "cara",
mas... no "quarto"... quer coroa...
03
Quando pergunta o burrinho,
diz a mula, envergonhada:
p "Tu nasceste, meu filhinho,
por causa de uma... burrada!..."
04
Na briga que o meu cabelo
e a careca estão travando,
lamento ter dizê-lo,
a careca está ganhando...
05
É tão magro que de frente,
parece que está de lado,
e de lado, simplesmente,
nem pode ser avistado...
06
Cara cheia... Perna bamba,
ele mesmo se conforta,
olha a rua e diz: - "Caramba!"
Nunca vi rua mais torta!..."
07
Quando abraço mulher feia
que não seja minha amiga,
ou estou de "cara cheia"
ou separa... porque é briga...
08
Explicava, minha amiga,
os muitos filhos que tem:
- "De dia o marido briga,
de noite... fica de bem..."
09
Ficou rico o Zé Maria
na seca do Juazeiro,
vendendo "fotografia
de chuva"... por "dois cruzeiro"...
10
Vendo alguém varrer o chão,
ele deita de comprido
e dá logo a explicação:
"Quero ser... doido varrido..."
11
A galinha está... chocada...
e o galo velho, uma bala,
porque existe na ninhada
um pinto verde... que fala!!!
12
"Casamento... - alguém já disse -
é chegar à encruzilhada
onde acaba a criancice
e começa a criançada..."
13
Todo "barbeiro" sustenta
que a batida foi assim:
- Veio um poste a mais de oitenta,
na contra-mão, contra mim!...
14
No paraquedas, fechado,
uma etiqueta dizia:
- "Se falhar ao ser usado,
reclame. Tem garantia..."
15
Se ao telefone um amigo
me pede "algum" emprestado,
eu disfarço a voz e digo:
- Senhorrr ligarrr enganado!...
16
Tenho medo de mulher
com marido, e mesmo sem... (co-vencedora UBT Rio de Janeiro - 1979)
- da solteira, porque quer...
- da casada, porque tem...
17
O parafuso anda cheio,
pois tem o corpo enrolado,
cabeça partida ao meio
e vive sendo apertado...
18
Ao ouvido do negrinho,
diz a negrinha "espoleta":
-- Se formos para o escurinho,
a coisa vai ficar... preta...
19
No seu discurso que cansa,
o candidato ao Congresso
me lembra que "a inguinorança"
é que "astravanca o pogresso"...
20
A mini saia amarela
da professora, eu bendigo...
pois, em frente à mesa dela
é que eu fiquei de castigo!...
21
"Causa mortis" de um otário:
alergia ou resfriado.
Espirrou dentro do armário,
e o marido estava armado!
22
Sai do museu, braço dado
com sua sogra, o Sinfrônio;
e o guarda grita, alarmado:
"Tão roubando o patrimônio!"
23
"Conserto carros e pinto",
e, na oficina, que aperto!
Só velhinhos no recinto,
querendo fazer... conserto!...
24
Toda a razão do alarido
é que ela viu a pontinha
do quiabo do marido
na panela da vizinha!!!
25
Diz o Zezinho, zangado,
do zero que recebeu:
-- Não acho que escreva errado,
se escrevo, o "pobrema" é meu!...
26
O pai da moça, que é mau,
chega em casa e acaba o "baile"...
É que o Zé, "cara-de-pau",
tava namorando em... "braile"!!!
27
Ao ver um vulto suspeito,
o ciumento não poupa:
dá dois tiros bem no peito
do espelho do guarda-roupa...
28
Ela não sabe o que faça --
do marido e do fogão:
- num, o carvão faz fumaça...
e no outro, falta o... "carvão"...
29
A noiva esconde a... "cintura"...
com as dobras do vestido;
e, na igreja, alguém murmura:
-- Casório... pré concebido...
30
Ao galo meio inibido,
diz a pata sem recato:
-- Não tenha medo, querido,
meu marido é mesmo um... pato!!!
31
"Vem aí um furacão!!!,
avisa a rádio, -- Cuidado!!!"
E o genro, por precaução,
põe a sogra... no telhado!!!
32
Tomou Viagra... Fracasso...
Foi cobrar de quem vendeu:
-- E agora, como é que eu faço???
-- Enterra! Que já morreu!!!
33
Diz ela, sem esperança:
-- Toda noite eu armo o... "bote",
mas, quando tento a... "cobrança",
meu marido... dá o calote!
34
A noiva, por ironia,
na mala só vai levar
a camisola-do-dia,
que à noite... nem vai usar...
35
Se a gente fosse dar crédito
ao que diz a maioria,
só de !autor de livro inédito"
tinha uns mil na Academia!...
36
Pulando do nono andar, (M. Honrosa-8º lugar Nova Friburgo 1989)
o otimista diz a alguém
que, no quarto, o vê passar:
-- Até agora... tudo bem!!!
37
Diz a vagalume ordeira
ao vagalume estouvado:
-- Não me sentes na cadeira
que me queimas o estofado!...
38
A cozinha da maloca
é tão baixinha e apertada,
que, na panela, a pipoca,
não pula... fica sentada!!!
39
"Vai", "Aperta", "Assim", "Cuidado"...
Ela geme... Ele se cala...
Não há nada mais gozado
que um casal... fazendo a mala!
40
A mulher do carvoeiro
diz que o marido é uma... "graça".
pois faz fogo o dia inteiro
mas, de noite, é só fumaça...
41
Foi bem no peito a pedrada!!!
E o Manoel não gostou!!!
Vira pra trás, voz zangada,
e pergunta: "Quem jogou?..."
42
Pergunta o pai bigodudo,
com a voz meio engasgada:
-- Quem foi que pôs cola-tudo
no pote da marmelada?...
43
Grita o ajudante "fiel"
ao pintor, lá na calçada:
-- Se segura no pincel
que eu vou precisar da escada!
44
Não melindre os portugueses!
Conte as piadas assim:
-- Era uma vez dois chineses...
Manoel e Joaquim...
45
Minha sogra está doente,
e o diabo apavorado!
Se ela morre de repente,
ele está desempregado!...
46
Saias curtas ou compridas,
realmente não importa:
as casas não são medidas
pelo tamanho da porta...
47
O genro, com voz macia,
chama a sogra de... "Charada..."
pensando: -- Quem sabe um dia,
alguém "mata" a desgraçada!...
48
"Pratos rápidos", dizia,
lá no boteco o cartaz;
e quando o prato saía,
o freguês corria atrás!!!
49
Vai haver muito freguês
no dia em que alguém disser:
-”Pague duas, leve três!!!”
e, o “produto”, for... mulher...
50
Bom gosto de português (co-vencedora no Clube Pinheiros - 1992)
na sinuca se reflete;
toda vez que é sua vez,
ele vai na... bola sete!
51
Pergunta o pai bigodudo,
com a voz meio engasgada: (co-vencedora em Juiz de Fora - 1983)
- Quem foi que pôs cola-tudo
no pote de marmelada?...
52
Vai bem o namoro, até
que o pai dela chega, e então, (4º lugar em Ribeirão Preto - 1996)
o garotão dá no pé
e a moça fica... na mão...
53
Minha sogra está doente (Menção Honrosa em Santos Dumont/MG - 1976)
e o diabo, apavorado:
- se ela morre de repente,
ele está desempregado!...
54-A
Vida de pobre é engraçada, (co-vencedora em São P)aulo - 2003)
ou é dura e divertida:
enquanto dança lambada,
leva “lambadas” da vida...
54-B
Vida de pobre é gozada! (4º lugar em Sete Lagoas/MG - 1990)
É dura, mas divertida
Enquanto dança lambada,
leva "lambadas"da vida!
-/-
TROVAS MEMORÁVEIS DE IZO GOLDMAN:
-
Há
dois mil anos o brilho
de
um grande amor sobressai:
– o sacrifício de Um Filho
pelos filhos de Seu Pai!
– o sacrifício de Um Filho
pelos filhos de Seu Pai!
-
Quando tu dizes que és minha,
teu reino sofre um agravo:
- como pode uma Rainha
pertencer ao seu escravo?!...
Quando tu dizes que és minha,
teu reino sofre um agravo:
- como pode uma Rainha
pertencer ao seu escravo?!...
-
Não foi minha nem foi tua,
foi nossa culpa somada,
que nos pôs na mesma rua
... cada qual numa calçada!
Não foi minha nem foi tua,
foi nossa culpa somada,
que nos pôs na mesma rua
... cada qual numa calçada!
-
Eu e tu, duas metades
que a vida vai separando...
Eu e tu, duas saudades
na saudade se encontrando...
Eu e tu, duas metades
que a vida vai separando...
Eu e tu, duas saudades
na saudade se encontrando...
-
No abismo da solidão
No abismo da solidão
onde
o remorso se esconde,
há
mil gritos de perdão
e
um eco que não responde...
-
Tenho medo de mulher
Tenho medo de mulher
com
marido e, mesmo sem...
-
da solteira, porque quer...
-
da casada, porque tem...
-///-
IZO GOLDMAN, POR ELE MESMO
AUTOBIOGRAFIA
É tão “soft” o meu vizinho,
seu “cooper” tão devagar,
que até correndo sozinho,
chega em segundo lugar…
Nasci em Porto Alegre, em 06 /11/1932, filho de Alberto e Esperança Goldman, estudei no Colégio Julio de Castilhos até os 12 anos quando, por motivos familiares, mudei-me para São Paulo.
Em São Paulo estudei no Liceu Pasteur e no Colégio Vera Cruz, mas não cheguei a completar o científico, como era chamado na época.
Mais tarde trabalhei na loja de meu pai até que, querendo independência, fui trabalhar na Texaco no controle de distribuição de combustível.
Sai da Texaco para casar e montar um armazém de secos e molhados; tendo dois filhos Márcio e Hélio; vendi o armazém e fui trabalhar como propagandista no Laboratório Pfizer onde passei a Supervisor e Gerente de Filial.
Por motivos pessoais mudei-me para Niterói e, ainda dentro do ramo, trabalhei no Instituto Fontoura, fabricante do Biotônico Fontoura, como Gerente de Filial e posteriormente, voltando a São Paulo fui Gerente de Vendas da Revlon e depois da Yardley no ramo de perfumaria e cosméticos.
Com estas colocações acabei conhecendo grande parte do Brasil.
Separado de minha esposa, tive uma companheira e, com ela, dois filhos Ivan e Tatiana.
Com a mudança para Niterói propiciei meu começo na Trova, de uma forma curiosa: dava um Curso de Chefia e Liderança para jovens no Clube Hebraica .
Ao mesmo tempo a Trovadora Madalena Léa fazia, no Clube, palestras sobre Psicologia Infantil, onde os pais se queixavam de que ela só dava razão para as crianças.
Certo dia, Madalena ainda não havia chegado e passando pela sala, deixei um recado:
Esta seria uma cena
de não se esquecer jamais,
ver a dona Madalena
dar razão aos pobres pais…
Quando ambos saímos de nossas reuniões, nos encontramos e a conversa foi até quase meia noite.
Madalena me explicando o que era a Trova e a UBT e insistindo para que eu entrasse na UBT-Seção Rio de Janeiro.
O problema é que as reuniões da UBT-Rio eram domingos à tarde e eu jogava futebol de salão pela manhã, então ficava difícil jogar, almoçar, ir para as barcas, atravessar para o Rio e, ainda tomar condução até o local da reunião.
Era muito para mim!
O tempo passou e em outubro de 1972 houve eleições, eu que só lia os jornais do Rio, tive que comprar o “Fluminense” de Niterói, para ver onde votava.
Depois de votar, fiquei folheando o jornal e me deparei com a seguinte matéria: “Trovadores de Niterói fazem seu Concurso”.
Li, achei interessante, lembrando Madalena Léa e resolvi concorrer.
Mandei cinco Trovas no Tema “Tiradentes”, sendo três de pé quebrado!
Em novembro recebi a comunicação de que havia ganho uma Menção Honrosa!
Fui à festa de entrega de prêmios, no Teatro Municipal de Niterói, e fiquei encantado, embora não conhecesse ninguém; ouvi alguém comentar de um Concurso em Curitiba e, curioso, aproximei-me de um Trovador alto, trajando calça preta, camisa branca e paletó azul.
-“O Senhor é de Curitiba?”
Ele me olhou, lá do alto, como se fosse um pecado eu não saber de onde ele era, e respondeu:
-“Eu sou da UBT Nova Friburgo”.
Era Rodolpho Abbud de que mais tarde me tornei amigo.
Mas descobri que o Tema Humorístico em Curitiba era “Biquini”.
Resolvi concorrer e mandei cinco das minhas “Trovas”, sendo três de pé quebrado.
A Presidente da UBT-Curitiba era Vera Vargas que usava os Concursos para descobrir “Novos Trovadores “ da seguinte forma: quando aparecia um nome “Novo” ela passava um telegrama:
“Parabéns! Você foi premiado nos Jogos Florais de Curitiba.
Procure……………..(dava o nome do Delegado ou Presidente da Seção de onde era o premiado)!
Isto fazia com que o Delegado ou Presidente “trouxesse para a UBT o novo Trovador.
Recebi um telegrama assim, constando o nome de Milton Nunes Loureiro e, fui procurá-lo: eu havia ganho uma Menção Honrosa em “Biquini”!
Fiquei todo feliz e pensei vaidosamente:
- “Eu sou bom mesmo! Dois Concursos e duas premiações!
Depois descobri que não era bem assim, eu tinha que aprender muito!
Passei a freqüentar as reuniões na casa do Milton, junto com Manita, Sávio Soares de Souza e outros Trovadores.
Percorri todos os “sebos” de Niterói e do Rio procurando, comprando livros de Trovas ou sobre a Trova.
Na época, como Gerente de Vendas de uma multinacional, eu viajava muito, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Salvador, Recife e Belém e em todas estas cidades eu garimpei livros de ou sobre a Trova.
Assim, fui formando minha modesta biblioteca de Trovador e também a realmente fazer Trova.
Hoje, decorrido quase 40 anos, tenho cerca de 700 ou 750 Trovas premiadas:
sou Magnífico Trovador na UBT-Nova Friburgo;
Emérito Trovador na UBT – Pouso Alegre e
possuo o Prêmio “Lilinha Fernandes” da UBT Porto Alegre;
em 2000 fiz um livro: “Trovas de quem ama a Trova”, com 300 Trovas, que se encontra esgotado.
Creio que minha maior contribuição para o Movimento Trovadoresco foram as inúmeras Oficinas de Trova que fiz e alguns Concursos onde fui o Organizador; tendo feito também um “Jogral de Trovas” apresentado em diversos lugares sempre com muito sucesso.
Por volta da 1977 mudei-me para São Paulo, com a recomendação do Presidente Nacional da UBT de organizar a Seção Local.
Cheguei a São Paulo com uma lista de nove Trovadores: três já haviam falecido, três tinham mudado de endereço e três não ouviam falar há muito tempo da UBT!
O “Presidente da Seção” era Antonio Lafayete, substituindo Tereza Cavalheiro que havia deixado a Seção.
O Lafayete era Vice-Presidente da Casa do Poeta, onde não se falou nenhuma palavra sobre Trova; ao final da reunião fui conversar com o “Presidente”, me apresentei e, ele, muito feliz disse que poderíamos incentivar a Trova em São Paulo.
Mas, depois de três meses descobri que nada se fazia pela Trova.
Em contato com o Presidente Estadual mostrei a situação.
Ele tentou de tudo para que movimento deslanchasse, mas não conseguiu nada.
A solução drástica foi desativar a Seção e criar no seu lugar uma Delegacia, e nomear um Delegado.
Comecei a trabalhar e alguns meses depois fiz uma reunião em minha casa, com nove Trovadores.
Em 1977 comecei a fazer circulares com os Concursos em andamento e, finalmente, em agosto de 1978 saiu o primeiro número do “Informativo”.
Ainda em 78 fizemos um Concurso para Novos Trovadores com o Tema Trova ( Lírica e Humorística); recebemos 83 Trovas e os vencedores foram, em Trovas Líricas: – Alice B. de Oliveira; Fernando A. Costa (3) Maria Luiz M. Campos; Maristela Giorgi e Regina Melillo de Souza (4).
Em Humorísticas: Fernando A. Costa, Maria Luiza M. Campos e Maristela Giorgio.
Continuamos em 1978, foi feita uma circular para colher dados e sugestões dos Trovadores, muito bem aceita e respondida por todos que a esta altura, já era dezesseis.
Em março de 1979 fizemos o I Concurso Nacional. Tema: Comunidade; e, em maio sai “oficialmente” o Nº 1 do Informativo.
Em novembro, dia 10, de 1979, uma Reunião Especial elevando a Delegacia a Seção com as presenças de Carolina Ramos ( Presidente Regional da UBT); Dias Monteiro ( Presidente Estadual da UBT), ao mesmo tempo foi feita a eleição da Diretoria da Seção e, eu fui eleito Presidente; houve 28 Trovadores presentes.
Em outubro de 79 foi criada a categoria de “Assinante do Informativo” que começou logo com vinte assinantes.
E assim a história continua,
em setembro de 1981 fui eleito Presidente Estadual da UBT;
em 1981 o Concurso Nacional de Trova “Monteiro Lobato” e
em 1982 o Concurso Intersedes e a publicação de uma ficha completa, para atualizar o arquivo da UBT, além da criação da UBT São Bernardo do Campo e início da publicação de Trovas, uma página inteira, na Drogazeta.
Em setembro o Concurso de Trovas da Drogazeta (Drogasil); e, Tarde da Trova, no Terraço Itália, de onde foram jogadas 300 Trovas Coloridas sobre São Paulo.
Em setembro artigo citando o Sr. Eno Teodoro Wanke e refutando suas opiniões sobre a UBT . (Falando de Trova) Informativo Nº 52.
Ia esquecendo, em julho de 1981 conseguimos junto à ECT a emissão e uso de um carimbo comemorativo do “Dia do Trovador”.
Em outubro de 1982, reeleito Presidente da Seção São Paulo.
Abril de 1983, Nº 58, artigo contra a criação de uma Associação Nacional de Trovas por Eno Theodoro Wanke.
Em Agosto de 1983 o I Concurso Nacional de Trovas de São Paulo.
Já indo mais adiante, foram Presidentes da UBT –São Paulo, Thalma Tavares, Domitilla Borges Beltrame e atualmente Selma Patti Spinelli.
Uma curiosidade: possuo uma coleção de imagens não religiosas de São Francisco de Assis, Padroeiro dos Trovadores, pela admiração que tenho à uma das maiores figuras que o mundo já conheceu.
Minha contribuição pelo Movimento Trovadoresco deve ser julgado pelos Trovadores do Brasil, será mais justo.
O que eu não conseguí é o sonho de todos os Trovadores do Brasil: uma sede própria para a UBT-Nacional. Isto é claro, teria o problema de troca do Presidente Nacional mas, é um sonho, e não é proibido sonhar!
Fonte:
União Brasileira de Trovadores do Estado de São Paulo
-///-
IZO GOLDMAN, POR ELE MESMO
AUTOBIOGRAFIA
É tão “soft” o meu vizinho,
seu “cooper” tão devagar,
que até correndo sozinho,
chega em segundo lugar…
Nasci em Porto Alegre, em 06 /11/1932, filho de Alberto e Esperança Goldman, estudei no Colégio Julio de Castilhos até os 12 anos quando, por motivos familiares, mudei-me para São Paulo.
Em São Paulo estudei no Liceu Pasteur e no Colégio Vera Cruz, mas não cheguei a completar o científico, como era chamado na época.
Mais tarde trabalhei na loja de meu pai até que, querendo independência, fui trabalhar na Texaco no controle de distribuição de combustível.
Sai da Texaco para casar e montar um armazém de secos e molhados; tendo dois filhos Márcio e Hélio; vendi o armazém e fui trabalhar como propagandista no Laboratório Pfizer onde passei a Supervisor e Gerente de Filial.
Por motivos pessoais mudei-me para Niterói e, ainda dentro do ramo, trabalhei no Instituto Fontoura, fabricante do Biotônico Fontoura, como Gerente de Filial e posteriormente, voltando a São Paulo fui Gerente de Vendas da Revlon e depois da Yardley no ramo de perfumaria e cosméticos.
Com estas colocações acabei conhecendo grande parte do Brasil.
Separado de minha esposa, tive uma companheira e, com ela, dois filhos Ivan e Tatiana.
Com a mudança para Niterói propiciei meu começo na Trova, de uma forma curiosa: dava um Curso de Chefia e Liderança para jovens no Clube Hebraica .
Ao mesmo tempo a Trovadora Madalena Léa fazia, no Clube, palestras sobre Psicologia Infantil, onde os pais se queixavam de que ela só dava razão para as crianças.
Certo dia, Madalena ainda não havia chegado e passando pela sala, deixei um recado:
Esta seria uma cena
de não se esquecer jamais,
ver a dona Madalena
dar razão aos pobres pais…
Quando ambos saímos de nossas reuniões, nos encontramos e a conversa foi até quase meia noite.
Madalena me explicando o que era a Trova e a UBT e insistindo para que eu entrasse na UBT-Seção Rio de Janeiro.
O problema é que as reuniões da UBT-Rio eram domingos à tarde e eu jogava futebol de salão pela manhã, então ficava difícil jogar, almoçar, ir para as barcas, atravessar para o Rio e, ainda tomar condução até o local da reunião.
Era muito para mim!
O tempo passou e em outubro de 1972 houve eleições, eu que só lia os jornais do Rio, tive que comprar o “Fluminense” de Niterói, para ver onde votava.
Depois de votar, fiquei folheando o jornal e me deparei com a seguinte matéria: “Trovadores de Niterói fazem seu Concurso”.
Li, achei interessante, lembrando Madalena Léa e resolvi concorrer.
Mandei cinco Trovas no Tema “Tiradentes”, sendo três de pé quebrado!
Em novembro recebi a comunicação de que havia ganho uma Menção Honrosa!
Fui à festa de entrega de prêmios, no Teatro Municipal de Niterói, e fiquei encantado, embora não conhecesse ninguém; ouvi alguém comentar de um Concurso em Curitiba e, curioso, aproximei-me de um Trovador alto, trajando calça preta, camisa branca e paletó azul.
-“O Senhor é de Curitiba?”
Ele me olhou, lá do alto, como se fosse um pecado eu não saber de onde ele era, e respondeu:
-“Eu sou da UBT Nova Friburgo”.
Era Rodolpho Abbud de que mais tarde me tornei amigo.
Mas descobri que o Tema Humorístico em Curitiba era “Biquini”.
Resolvi concorrer e mandei cinco das minhas “Trovas”, sendo três de pé quebrado.
A Presidente da UBT-Curitiba era Vera Vargas que usava os Concursos para descobrir “Novos Trovadores “ da seguinte forma: quando aparecia um nome “Novo” ela passava um telegrama:
“Parabéns! Você foi premiado nos Jogos Florais de Curitiba.
Procure……………..(dava o nome do Delegado ou Presidente da Seção de onde era o premiado)!
Isto fazia com que o Delegado ou Presidente “trouxesse para a UBT o novo Trovador.
Recebi um telegrama assim, constando o nome de Milton Nunes Loureiro e, fui procurá-lo: eu havia ganho uma Menção Honrosa em “Biquini”!
Fiquei todo feliz e pensei vaidosamente:
- “Eu sou bom mesmo! Dois Concursos e duas premiações!
Depois descobri que não era bem assim, eu tinha que aprender muito!
Passei a freqüentar as reuniões na casa do Milton, junto com Manita, Sávio Soares de Souza e outros Trovadores.
Percorri todos os “sebos” de Niterói e do Rio procurando, comprando livros de Trovas ou sobre a Trova.
Na época, como Gerente de Vendas de uma multinacional, eu viajava muito, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Salvador, Recife e Belém e em todas estas cidades eu garimpei livros de ou sobre a Trova.
Assim, fui formando minha modesta biblioteca de Trovador e também a realmente fazer Trova.
Hoje, decorrido quase 40 anos, tenho cerca de 700 ou 750 Trovas premiadas:
sou Magnífico Trovador na UBT-Nova Friburgo;
Emérito Trovador na UBT – Pouso Alegre e
possuo o Prêmio “Lilinha Fernandes” da UBT Porto Alegre;
em 2000 fiz um livro: “Trovas de quem ama a Trova”, com 300 Trovas, que se encontra esgotado.
Creio que minha maior contribuição para o Movimento Trovadoresco foram as inúmeras Oficinas de Trova que fiz e alguns Concursos onde fui o Organizador; tendo feito também um “Jogral de Trovas” apresentado em diversos lugares sempre com muito sucesso.
Por volta da 1977 mudei-me para São Paulo, com a recomendação do Presidente Nacional da UBT de organizar a Seção Local.
Cheguei a São Paulo com uma lista de nove Trovadores: três já haviam falecido, três tinham mudado de endereço e três não ouviam falar há muito tempo da UBT!
O “Presidente da Seção” era Antonio Lafayete, substituindo Tereza Cavalheiro que havia deixado a Seção.
O Lafayete era Vice-Presidente da Casa do Poeta, onde não se falou nenhuma palavra sobre Trova; ao final da reunião fui conversar com o “Presidente”, me apresentei e, ele, muito feliz disse que poderíamos incentivar a Trova em São Paulo.
Mas, depois de três meses descobri que nada se fazia pela Trova.
Em contato com o Presidente Estadual mostrei a situação.
Ele tentou de tudo para que movimento deslanchasse, mas não conseguiu nada.
A solução drástica foi desativar a Seção e criar no seu lugar uma Delegacia, e nomear um Delegado.
Comecei a trabalhar e alguns meses depois fiz uma reunião em minha casa, com nove Trovadores.
Em 1977 comecei a fazer circulares com os Concursos em andamento e, finalmente, em agosto de 1978 saiu o primeiro número do “Informativo”.
Ainda em 78 fizemos um Concurso para Novos Trovadores com o Tema Trova ( Lírica e Humorística); recebemos 83 Trovas e os vencedores foram, em Trovas Líricas: – Alice B. de Oliveira; Fernando A. Costa (3) Maria Luiz M. Campos; Maristela Giorgi e Regina Melillo de Souza (4).
Em Humorísticas: Fernando A. Costa, Maria Luiza M. Campos e Maristela Giorgio.
Continuamos em 1978, foi feita uma circular para colher dados e sugestões dos Trovadores, muito bem aceita e respondida por todos que a esta altura, já era dezesseis.
Em março de 1979 fizemos o I Concurso Nacional. Tema: Comunidade; e, em maio sai “oficialmente” o Nº 1 do Informativo.
Em novembro, dia 10, de 1979, uma Reunião Especial elevando a Delegacia a Seção com as presenças de Carolina Ramos ( Presidente Regional da UBT); Dias Monteiro ( Presidente Estadual da UBT), ao mesmo tempo foi feita a eleição da Diretoria da Seção e, eu fui eleito Presidente; houve 28 Trovadores presentes.
Em outubro de 79 foi criada a categoria de “Assinante do Informativo” que começou logo com vinte assinantes.
E assim a história continua,
em setembro de 1981 fui eleito Presidente Estadual da UBT;
em 1981 o Concurso Nacional de Trova “Monteiro Lobato” e
em 1982 o Concurso Intersedes e a publicação de uma ficha completa, para atualizar o arquivo da UBT, além da criação da UBT São Bernardo do Campo e início da publicação de Trovas, uma página inteira, na Drogazeta.
Em setembro o Concurso de Trovas da Drogazeta (Drogasil); e, Tarde da Trova, no Terraço Itália, de onde foram jogadas 300 Trovas Coloridas sobre São Paulo.
Em setembro artigo citando o Sr. Eno Teodoro Wanke e refutando suas opiniões sobre a UBT . (Falando de Trova) Informativo Nº 52.
Ia esquecendo, em julho de 1981 conseguimos junto à ECT a emissão e uso de um carimbo comemorativo do “Dia do Trovador”.
Em outubro de 1982, reeleito Presidente da Seção São Paulo.
Abril de 1983, Nº 58, artigo contra a criação de uma Associação Nacional de Trovas por Eno Theodoro Wanke.
Em Agosto de 1983 o I Concurso Nacional de Trovas de São Paulo.
Já indo mais adiante, foram Presidentes da UBT –São Paulo, Thalma Tavares, Domitilla Borges Beltrame e atualmente Selma Patti Spinelli.
Uma curiosidade: possuo uma coleção de imagens não religiosas de São Francisco de Assis, Padroeiro dos Trovadores, pela admiração que tenho à uma das maiores figuras que o mundo já conheceu.
Minha contribuição pelo Movimento Trovadoresco deve ser julgado pelos Trovadores do Brasil, será mais justo.
O que eu não conseguí é o sonho de todos os Trovadores do Brasil: uma sede própria para a UBT-Nacional. Isto é claro, teria o problema de troca do Presidente Nacional mas, é um sonho, e não é proibido sonhar!
Fonte:
União Brasileira de Trovadores do Estado de São Paulo
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