6767-SONETO À VERDADE LXXIII-Característica da Vida: IMPERMANÊNCIA
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Noneto-Poético Nº 131'-Soneto nº 6.767
Por Sílvia Araújo Motta/BH/Brasil
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A trajetória humana tem por certo,
erro, derrota em tempo já vivido;
sabedoria segue luz bem perto,
acende a chama do dever cumprido.
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As espirais definem ciclo certo;
cada estação quer ter plano vencido;
cobra atitude, no futuro incerto:
_Eu "quero e posso" por fé no pedido.
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As Leis da Vida surgem cada dia;
vale plantar na dor, a evolução
da alma que voa, colhe paz e glória.
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Cortina eterna só o Amor descerra!
Tudo que passa traz real lição...
Não permanece nada nesta terra.
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BH/MG/Brasil, 12 de novembro de 2018.
https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6501068
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Metodologia deste Soneto:
(*)Soneto-Clássico-sáfico-heroico; com sílabas fortes na 4ª, 6ª, 8ª e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, EDE; Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético: CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais. (Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva no 14º Verso (Último do segundo terceto).
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http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com/2018/11/6767-soneto-verdade-lxxiii.html
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MENSAGEM DO AUTOR DO TEXTO:
À reflexão, caros confrades e confreiras, o tema LXXIII: CARACTERÍSTICA DA VIDA→Impermanência. Sim! O Universo é movimento – não para; não estaciona nem retroage; sempre em frente, rumo ao infinito - e a vida faz parte desse todo contínuo.
Saudações Rosianas,
Rastreando a Verdade (LXXIII)
CARACTERÍSTICA DA VIDA→Impermanência
“Ontem
ainda, Eu tinha vinte anos (...) Desperdiçava o tempo acreditando que o fazia
parar/E para retê-lo, e até ultrapassá-lo/Eu só fiz correr e me esfalfar (...)
perdi meu tempo a cometer loucuras (...) Onde estão agora, meus vinte anos?”
(versos Canção de Charles Azvanour)
Quando ouvimos Azvanour cantando “Ontem Ainda”, lembramo-nos de muitos
filósofos e poetas que nos deram mensagens idênticas sobre a passagem da vida
no tempo. Um deles, Raimundo Correa, com o Soneto das “Pombas”, cujas estrofes o saudoso professor de português nos fazia
decorar e desenvolver a análise sintática. Gravamos a lição da metáfora entre o
voo das pombas e os sonhos que “no azul
da adolescência, um por um, céleres voam; as asas soltam e fogem; mas aos pombais
as pombas voltam, e eles aos corações não voltam mais”.
A existência humana é uma travessia
acidentada. Vários sítios a serem
percorridos. Alguns prados verdejantes, outros inóspitos. Muitos vales, nem
sempre favoráveis. Montanhas: ora alvissareiras, ora escarpadas. Pântanos e
armadilhas.
Dizia Riobaldo, personagem de Guimarães
Rosa: “Viver é perigoso”. Sem embargo
do perigo, no entanto, temos de viver, porque a vida está em nós. Temos de
fazer nossa entrega. Lutar e vencer. Aproveitar a oportunidade de ascensão.
Esta é a mensagem do saudoso escritor.
Vivendo, a alma esclarecida sabe que “tudo passa”. Ao dia, sucede a noite, e assim
prossegue em retornos. O verão, esplendor e luz, dá lugar ao outono, e as
folhas caem, prenunciando o inverno que, no ocaso, assiste ao retorno florescente
da primavera. O ciclo continua em sua eternidade.
A vida é tal qual a sucessão dos dias, das
noites, das estações... Vai, avança, atravessa... Diferentes situações, coisas e fatos
inserem-se em nosso cenário. Pessoas vêm, vão, desaparecem... Embora possam
afetar profundamente nossa geografia psíquica, constituem apenas momentos na
marcha da eternidade, e passam. Ficam para trás, sepultados na poeira do tempo.
Nada permanece.
As glórias pretéritas, por maiores e mais
retumbantes, esmaecem e não têm significado no momento presente. Carregá-las –
exibi-las e buscar reverência – significa aprisionamento ao passado morto. No
oposto, o mesmo ocorre com os tropeços e derrotas. Alimentar remorso – sentimento
de culpa – é retardo, autodestruição.
Do passado, o que de útil extraímos e
carregamos ao longo da trajetória, que deve ser sempre evolutiva, são as lições
e experiências. Estas representam insumos da arquitetura encetada no presente,
no aqui e agora, quando lançamos os alicerces do porvir. Nesse afã, onde
podemos corrigir desvios e clarear as trilhas, não podemos perder tempos em
lamúrias e condicionantes impossíveis: “se eu soubesse”, “se eu tivesse feito
isto”, “se eu pudesse voltar atrás”...
No presente, podemos dizer: “quero e posso”, “vou realizar o que pensei”, “vou
fazer a argamassa dos alicerces do futuro”. A vida vai em frente – sua
característica fundamental é a impermanência – e alma voa em trajetória
cósmica.
Klinger Sobreira de Almeida – Mil.
Ref./Membro ALJGR/PMMG
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