quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

TEMA: SOLIDÃO[9] - SAUDADE ARDE E IMPÕE SEU DESEJO - Sonetilho Eneassílabo Nº 7072- Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil.

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7072-TEMA: SOLIDÃO[9] - SAUDADE ARDE E IMPÕE SEU DESEJO
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Sonetilho Eneassílabo  Nº 7072
*Com NOVE sons fortes, na 4ª, 6ª e 9ª sílabas, oxítonas, acentuadas ou não; rimas: ABAB, ABAB, CDC, EDE. Resumo no 14º verso.
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil.
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Eu vi e vou falar verdade:
_Pássaro triste, não quer cantar.
Numa gaiola, contra a vontade,
Canário Belga, nem quer pular.
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Puleiro novo? Veio bem tarde!
Queria à amada seu laço dar;
o canarinho quer liberdade:
_Por onde voa, quem sabe amar?
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Tem alimento, água, ração,
alpiste caro, ovos, bom ninho....
Quase parando...seu coração!
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Este piado traz lição que vejo:
_Não vale ter o TUDO, sozinho...
Saudade arde e impõe seu desejo.
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Belo Horizonte, 5 de fevereiro de 2020
https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6858706
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1898-SAUDADE DA BONECA DE PAPELÃO-
Soneto ENEASSÍLABO  do Verso Tradicional Sonoro
na 4ª , 6ª e  9ª  sílabas. Rimado:ABAB,ABAB,CDC,EDE.
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil

De tanto ver lavar a sobrinha       (A)
pequenininha em grande bacia,     (B)
quis imitar o banho da Mirinha,   (A)
que a mão batia n´água e sorria.   (B)

A Vovó Ana, então, na carinha,    (A)
passava a mão, sabão...Sorria,       (B)
achava em tudo uma gracinha...     (A)
toalha, fralda e logo trazia            (B)

minha boneca para tomar              (C)
banho também, porém, no verão,   (D)
outro boneco, eu quis ganhar ...    (C)

bem leve e grande...mas desmanchou (E)
porque era feito com papelão            (D)
pus-me a chorar, meu sonho acabou!  (E)
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Belo Horizonte, 28 de julho, segunda-feira, 2008.

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VOCÊ SABIA?

1-O Poeta Manuel Bandeira escreveu lindos versos de nove sílabas, chamados eneassílabos:
No poema Desencanto, valoriza os sons da 4ª e da 9ª sílabas:
[...]
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

2-Em “Morte e Vida Severina” o autor João Cabral de Melo Neto, o retirante Severino deixa o sertão pernambucano em busca do litoral, na esperança de uma vida melhor. Quando os trabalhadores levam um morto ao cemitério, um trabalhador da lavoura, Severino-observador ouve o que dizem os amigos do finado. Uma raiva até então contida vai crescendo, acompanhada do ritmo da poesia que salta em versos de redondilhas menores até VERSOS ENEASSÍLABOS, sofrendo cortes rápidos, o que dá a impressão de tumulto.

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https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com/2020/02/tema-solidao9-saudade-arde-e-impoe-seu.html

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