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19/07/2015 – Missa do imigrante em ação de graças pelavida e pelo trabalho de todos os imigrantes e seus descendentes que escolheram Pitangui para viver, trabalhar e criar sua família. Também pela intenção daqueles que os antecederam e construíram, com a força de seu braço e exemplo de disciplina e honestidade, uma página da história de Pitangui. Sejam concedidas a estes a Luz e as promessas da Ressurreição.
Local: Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
Horário: 9 horas
O município de Pitangui receberá durante todo o ano uma programação religiosa, em homenagem ao seu tricentenário. As atividades de “Pitangui – 300 anos pelos Caminhos de Deus, do Ouro e da Cultura – 1715/2015” serão promovidas pela Comissão de Religiosidade para os 300 anos de Pitangui.
Confira abaixo a programação:
ABRIL
25/04/2015 - Missa pelas intenções dos pitanguenses e pela acolhida na Casa do Pai de todos os primeiros habitantes da Vila de Pitangui e de todos os que participaram dos Motins de Pitangui
Local: Capela de Nossa Senhora da Piedade (hoje Jardim Público)
Horário: 19 horas
Procissão com velas, fieis usando véus, saindo da improvisada capela de Nossa Senhora da Piedade (no Jardim Público) para a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar. Entronização da imagem de Nossa Senhora da Piedade, padroeira da Vila de Pitangui, entre 1715 e 1724, doada pela Sra. Marta Malard da Sociedade dos Amigos de Pitangui – SAP.
Coroação de Nossa Senhora da Piedade pela Sra. Marta Malard, na chegada da procissão.
Pitangui passa a ter, aos 300 anos, a proteção de Nossa Senhora, sob duas invocações. Nossa Senhora do Pilar e Nossa Senhora de Piedade.
Descendentes dos antigos moradores identificam suas famílias com estandartes, destacando motivos previamente estudados.
28/04/2015 a 01/05/2015 – Tríduo de São José pelas intenções de todas as famílias de Pitangui.
Local: Capela de São José
Horário: 19 horas
MAIO
1 a 31/05/2015 – Ladainhas de Nossa Senhora. Devotos de Nossa Senhora são convidados para homenagear a Virgem Maria e buscar proteção.
Local: Ruas do entorno da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
Horário: 06 horas
Coroação de Nossa Senhora
Horários após a missa das 19h
09/05/2015 – Missa na localidade denominada Motas por intenção do contingente da Guarda Militar do Governador da Capitania das Minas e daqueles habitantes de Pitangui, que se confrontaram, em 1720, e para sua acolhida na Paz e no Perdão de Deus.
Local: Motas
Horário: 8 horas
Obs.: A Capela dos Motas será improvisada numa grande barraca e coberta de palha.
23/05/2015 – Missa pela acolhida, na Casa do Pai, de todos os padres e freiras que trabalharam na paróquia e participação dos que ainda nela vivem.
Inauguração da Galeria de Párocos, Vigários e Freiras de Pitangui.
Local: Capela de São Francisco
Horário: 19 horas
JUNHO
04/06/2015 – Procissão de Corpus Christi em homenagem a Cristo Ressuscitado e por intenção de uma vida mais digna para todos os pitanguienses.
Te Deum em ação de graças pelos trezentos anos de Pitangui.
09/06/2015 – Missa solene pelas intenções de todos os pitanguienses, incluindo-se os atuais governantes, e pelas almas de todos os padres que aqui exerceram o sacerdócio. A solenidade é presidida pelo pároco e concelebrada por todos os padres de Pitangui. Canto em latim pelo Coral São Francisco, acompanhado de pequena orquestra.
Local: Capela de São Francisco
Horário: 10 horas
Concerto com participação da Orquestra da Polícia Militar de Minas Gerais (que depois se dirigirá para o adro da capela onde tocará músicas populares).
Local: Capela de São Francisco
Horário: 20 horas
11 a 13/06 – Tríduo de Santo Antônio (a cargo dos festeiros) pela recuperação das perdas de Pitangui em termos de valores, de oportunidades, de bens materiais e espirituais.
13/06/2015- Missa solene, celebrada pelo Senhor Bispo Dom José Carlos, pelas intenções de todos os pitanguienses, comemorando os trezentos anos da cidade.
Local: Capela da Penha
Horário: 19 horas
15/06/2015 a 19/06/2015 – Exposição sobre as primeiras igrejas e capelas da Vila de Pitangui.
Coquetel
Local: Capela de São Francisco
Horário: 20 horas
JULHO
16 A 18/07/2015 – Tríduo a Nossa Senhora do Carmo, por intenção dos jovens pitanguienses e pela intercessão de Maria Santíssima para a escola do caminho que os conduza ao bem e à virtude.
Local: Capela de São José
Horário: 19 horas
19/07/2015 – Missa do imigrante em ação de graças pelavida e pelo trabalho de todos os imigrantes e seus descendentes que escolheram Pitangui para viver, trabalhar e criar sua família. Também pela intenção daqueles que os antecederam e construíram, com a força de seu braço e exemplo de disciplina e honestidade, uma página da história de Pitangui. Sejam concedidas a estes a Luz e as promessas da Ressurreição.
Local: Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
Horário: 9 horas
AGOSTO
6 a 15/08/2015 – Festa de Nossa Senhora do Pilar, padroeira imposta pelos primeiros habitantes de Pitangui, em desobediência à Coroa Portuguesa.
22/08/2015 – Missa Sertaneja, em memória dos tropeiros que passavam por Pitangui e descansavam junto à Capela do Bom Jesus, para que sejam todos recebidos pelo Senhor em Sua Misericórdia e nela descansem em paz.
Local: Capela do Bom Jesus
Horário: 19 horas
SETEMBRO
09/09/2015 – Festa de Nossa Senhora da Penha, agradecendo e suplicando sua permanente proteção para Pitangui e seus filhos.
11 a 14/09/2015 – Tríduo da Santa Cruz em memória dos antigos fazendeiros que construíram a Capela da Cruz do Monte e por sua acolhida na Paz de Deus; pelas intenções atuais de todos aqueles que se dedicam ao cultivo da terra e à criação de gado; pela intenção de todos os pitanguienses que padecem de alguma forma; pela remissão dos pecados.
Local: Capela da Cruz do Monte
Horário: 19 horas
26/09/2015 – Lançamento do livro História de Pitangui (Adelan Maria Brandão)
Local: CDL
Horário: 20 horas
OUTUBRO
1 A 31/10/2015 – Rosário rezado, diariamente, pelas intenções especiais de cada família presente, com velas acesas.
Local: Ruas do entorno da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
Horário: 20 horas
3/10/2015 – Missa em louvor a São Francisco, pedindo proteção ao meio ambiente de Pitangui e por intenção daqueles que lutam pela preservação da natureza e da própria vida.
Local: Capela de São Francisco
Horário: 17 horas
16/10/2015 – Missa na capela improvisada da Escola Estadual Francisca Botelho (local da antiga Capela do Rosário), pelo descanso com todos os escravos e trabalhadores das minas de ouro dos séculos XVII e XVIII. Segue-se a procissão para a Capela de São Francisco.
Local: Capela de São Francisco
Horário: 19horas
Apresentação de Congado
16 a 24/10/2015 – Novena da Nossa Senhora do Rosário
DEZEMBRO
05/12/2015 – Missa no Santuário de Conceição do Pará em memória de Domingos Rodrigues do Prado e de sua tropa, para que sejam recebidos por Deus em sua inefável justiça e bondade; pela vida e saúde de todos os habitantes do município de Conceição do Pará, irmãos amados dos pitanguienses.
Horário: 10 horas
25/12/2015 – Missa de Natal em ação de graça pela história, pela independência e progresso de Pitangui e por intenção de todas as crianças, para que recebam uma educação edificada no bem, na liberdade e na responsabilidade.
Local: Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
Horário: 9 horas
Folia de Reis
Horário: 20 horas
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NOTÍCIAS
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2-Foi lançado,ontem,01 de junho de 2015, no salão do CDL/Pitangui, o livro "Pitangui em Mosaico", primeira obra editada pelo recém fundado Instituto dos Escritores Pitanguienses (IESP), que reúne escritos de vários autores pitanguienses. O evento foi bastante concorrido, contando com a presença de representantes de diversos segmentos da sociedade pitanguiense.
A convite do escritor Carlos Alberto Santiago Pereira (Betto Santiago) o blog "Daqui de Pitangui" esteve na solenidade de lançamento do livro "Pitangui em Mosaico".
Os escritores pitanguienses presentes nessa obra:
Jorge Mendes Guerra Brasil
Maria Edite e Silva Macedo
Arthur Bernardes dos Santos
Dilerme Alves da Silva
Maria da Conceição David
Valdeci de Souza Rego
José Aparecido de Faria
Carlos Alberto Santiago Pereira
Olíria Alvarenga
Maria José Valério Calderato Teixeira
José Messias Fernandes
Maria Edite e Silva Macedo
Arthur Bernardes dos Santos
Dilerme Alves da Silva
Maria da Conceição David
Valdeci de Souza Rego
José Aparecido de Faria
Carlos Alberto Santiago Pereira
Olíria Alvarenga
Maria José Valério Calderato Teixeira
José Messias Fernandes
As informações são do blog "Daqui de Pitangui"
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Pitangui 300 anos
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Início da Família Morato de Minas Gerais
Os
primeiros Moratos mineiros nasceram em Pitangui, filhos do casal Capitão Miguel de Faria Morato (1703 - 1770) e Antônia Pais Botelho (1711 - 1777). O Capitão Miguel
de Faria Morato era natural de Ribeira Grande, Ilha São Miguel do Arquipélago
dos Açores. Seus pais, Capitão Hierônimo da Costa Morato e Josefa de Faria
Correia, moradores em Ribeira Grande, assistiram seu filho caçula partir para o
Brasil. Miguel teve sete irmãos. Três deles tornaram-se sacerdotes; um foi
franciscano e outros dois do Hábito de São Pedro. Um deles foi Prior e Mestre
no Mosteiro de Ribeira Grande. O roteiro da chegada de Miguel até Pitangui
ainda precisa ser melhor documentada. Existem narrações de descendentes de
Miguel afirmando que, após uma passagem pela cidade de Itu em São Paulo, veio
para Pitangui, ali chegando com outros pioneiros da região como: José da Silva
Cardoso, Leandro Ferreira de Siqueira, João de Morais Navarro.
Miguel de Faria Morato chegou ao
Brasil com o título de Licenciado e mais tarde conquistou o de Capitão em
Pitangui. Na Velha Serrana exerceu o cargo de Juiz dos Órfãos por alguns anos
(1741 - 1743). Em 12 de abril de 1746 obteve sua Carta de Sesmaria perto de
Conceição do Pará, onde é hoje Itapeva, Capuava, Prata, Cavalão. Estabeleceu
sua Fazenda do Pará (ou Fazenda dos Moratos) próximo do Rio Pará. Com a
construção de seu engenho, foi um dos pioneiros da região na produção dos
derivados da cana-de-açúcar (rapadura, aguardente, açúcar). Além da cana,
cultivava também algodão. Sua “fábrica” (fazenda) contava com o trabalho de 25
“peças” (escravos). Os escravos perfaziam na época um total avaliado em
1.500$000 ( um conto e quinhentos mil réis). A relação de seus escravos e o
valor de cada um está descrita em seu inventário depositado no Arquivo
Judiciário de Pitangui (AJP).
Próximo da Sede, ainda hoje
encontra-se o Cemitério dos Moratos, que na verdade era o local onde os
escravos eram sepultados. Da construção da casa ainda
existem bem conservados os alicerces oferecendo características que permitem
uma reconstituição digital-virtual da edificação. O local oferece também
elementos para uma escavação arqueológica colonial. Poderá tornar-se um valioso
sítio arqueológico colonial.
Com o passar dos anos, Miguel foi
comprando terrenos em ambas as margens do Rio Pará e assim tornou-se
proprietário de vasta região. Sua propriedade chegou a ocupar terras que hoje
localizam-se nos municípios de Divinópolis, São Gonçalo do Pará, Nova Serrana,
Onça do Pitangui, Conceição do Pará. Miguel, prevendo que sua morte provocaria
a divisão do patrimônio de raiz entre os herdeiros, vendeu em vida e em seu
perfeito juízo a sua meação para sua esposa pela quantia de dezesseis mil
cruzados pelo prazo de 16 anos. Os documentos da venda se encontram no
Arquivo Judiciário de Pitangui. Após a morte em 1777 de Antônia
Pais Botelho a partilha entre os herdeiros foi inevitável, iniciando a
decadência do patrimônio.
Paralelo
ao seu labor rural em sua fazenda, Miguel em 1753 obteve e operou áreas de
mineração de ouro nos Córregos Água Limpa e Paciência (Data e Provisão
concedida a Miguel de Faria Morato em 8 de janeiro de 1753 – Arquivo Público
Mineiro).
Em sua atividade urbana, além de
ter sido Juiz dos Órfãos, Miguel assumiu em 1764 a Presidência da Câmara do
Senado de Pitangui.
Na época
a Capitania era dividida em Comarcas. Os Termos formavam as Comarcas. A Comarca
ficava na cidade ou vila principal. Os Termos, nas vilas. A Vila de Nossa
Senhora da Piedade de Pitangui pertencia à Comarca do Rio das Velhas, cuja sede
era a Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará. O poder administrativo
no Termo era representado pela Câmara. Era sua competência resolver as questões
administrativas, judiciais e policiais do local. Durante o
século XVIII o Senado da Câmara de Pitangui era composto por dois Juízes
Ordinários, três Vereadores, um Procurador e um Escrivão. A eleição era
indireta e de acordo com as “Ordenações Filipinas”, publicadas em 1603. A Lei
de 1° de outubro de 1828 extinguiu com tal estrutura do “Senado da Câmara” e
criou a Câmara Municipal com seus membros sendo eleitos pelo voto
direto do povo. Os membros do Senado da Câmara – Juízes
Ordinários, Vereadores e Procurador – deviam ser escolhidos entre os homens de
maior capacidade, probos e independentes (quanta diferença dos dias atuais!!).
Em 1764,
Miguel de Faria Morato presidiu o Senado da Câmara de Pitangui, cuja
constituição foi a seguinte :
Juízes
: Miguel de Faria Morato (Capitão e Licenciado)
Inácio de Oliveira Campos
(Capitão)
Vereadores
: Antônio de Souza Machado
Francisco Soares Branco
Domingos de Morais (Capitão)
Procurador
: Francisco José da Silva
Escrivão
: Miguel
da Silva Pinto
A
presença ativa e correta do patriarca da família Morato no cotidiano da vida
política e social da comunidade de Pitangui constituiu importante legado aos
seus descendentes. Quando Pitangui em 1955 comemorou seu centenário como cidade
e em 1965 o seu 250° aniversário de sua existência, era chefe do Executivo Municipal
o saudoso Prof. José Morato, 4° neto (tetraneto) do Capitão Miguel de Faria
Morato.
Após o
breve resumo sobre o Capitão Miguel de Faria Morato vamos escrever algo de sua
esposa Antônia Pais Botelho. Antônia nasceu em 1711 em Santo Antônio do Bom
Retiro da Roça Grande, Minas Gerais. Hoje, Roça Grande é um bairro de Sabará.
Antônia Pais é portanto uma genuína mineira. Antônia é filha do casal Manoel da
Mota Botelho e Catarina Pais Leite. Foi a segunda dos oito filhos do casal.
Seus irmãos eram Miguel da Mota, mais velho, Antônio da Mota, Fernando da Mota,
Joana da Mota, Manoel, Romão e Manoel. Manoel da Mota Botelho é também açoriano
como Miguel de Faria Morato, natural de Maia, Ilha de São Miguel, Açores.
Catarina Pais Leite é paulista, natural da cidade de São Paulo, filha de
Margarida Pais e neta de bandeirante e índia carijó. Os pais de Antônia
casaram-se na Matriz de Ouro Preto. Após um tempo de morada em Santo Antônio da
Roça Grande seus pais mudaram-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde na
Freguesia de Irajá possuíam uma fazenda de nome Fazenda da Cruz. Depois de alguns anos, Manoel da
Mota Botelho mudou-se novamente para Minas Gerais, radicando-se
definitivamente em Pitangui. Deixou como administrador da fazenda de Irajá o
seu irmão Antônio da Mota Botelho. Quando em 29 de julho de 1730 Antônia Pais,
então com 19 anos, casou-se na Matriz de Pitangui com o Licenciado Miguel de
Faria Morato, recebeu de dote de casamento a metade da fazenda de Irajá com seus bens. Em 1736 com a
morte de sua mãe Catarina Pais Leite foi-lhe entregue a quantia de 1.379$000
(um conto e trezentos e setenta e nove mil réis) de sua parte, do total de
5.517$000 (cinco contos e quinhentos e dezessete mil réis), avaliação final da
Fazenda da Cruz na Freguesia de Irajá da cidade do Rio de Janeiro. Antônia Pais
faleceu na Fazenda do Pará em 1777 e foi sepultada na Capela da Comunicação em
Conceição do Pará. Foram rezadas 20 missas e uma de corpo presente em
Conceição do Pará, assim também como outras 20 missas pelo seu filho padre José
de Faria Morato em Picadas e mais 20 missas em São Gonçalo do Pará pelo padre
José dos Gomes Clemente (todos os recibos das missas estão anexos ao inventário
de Antônia Pais Bottelho).
FILHOS E NETOS DO CASAL
Miguel de
Faria Morato e Antônia Pais Botelho tiveram os seguintes filhos :
- Maria Pais de Faria. Foi casada com Santos Ferreira
Guimarães. Deixou inventário (1783). Moravam na Fazenda Duas Barras e deixaram
os filhos Geraldo Antônio dos Santos, João Manoel dos Santos, Antônia Maria dos
Santos, Ana Maria dos Santos e Custódia Maria dos Santos. A localidade
denominada “Geraldo”, próximo de Nova Serrana está ligada ao seu filho Geraldo
Antônio dos Santos.
- Francisca Xavier de Faria. Foi casada com Luiz Gomes Gaia.
Luiz Gomes Gaia nasceu em 1704 na Vila de Portel, em Portugal. Moravam na
Fazenda da Paciência da Onça. Francisca deixou inventário (1818). Luiz faleceu
em Pitangui em 1795 deixando também inventário. Tiveram os filhos Maria Gomes
de Faria, Luiz Gomes Gaia Filho, Ana Gomes Xavier de Faria, Francisco Gomes de
Faria.
- Caetana Pais. Casou-se com José Antônio das
Neves. Ainda não encontrei filhos. Moravam em Brumado, próximo de Pitangui.
- Antônio de Faria Morato. Foi casado com Francisca Maria
da Silva e tiveram os filhos Caetana e Miguel. Antônio foi vereador em Pitangui
em 1763. Faleceu antes do seu pai Miguel de Faria Morato.
- Josefa de Faria Morato. Nasceu em 1735 e faleceu em sua
fazenda na região do Choro (norte de Divinópolis) em 1803. Foi casada com
Francisco Álvares Ramos e não teve filhos. Seus bens ficaram para seus irmãos e
sobrinhos.
- Antônia Pais de Faria (1745-1794). Foi casada com
Manoel Alves Coelho. Tiveram três filhos : Manoel (1779 - ?), João (1780 - ?) e
Antônio (1783 - ?). Moravam na fazenda da região do Lambari. Antônia e Manoel
deixaram inventários em 1794 e 1785.
- Maria Leite de Faria. Nascida em 1746. Morava na
Fazenda do Pará com seus pais. Parece que não se casou e teve morte precoce.
- Catarina Pais de Faria. Nasceu em 1748 e faleceu em
1820 na Fazenda Boa Vista, Aplicação de Santa Luzia do Rio Manso, Freguesia do
Curral de EL’ REI, Comarca de Sabará. A fazenda era do Alferes João Ferreira
Pinto, casado com sua sobrinha Ana Gomes Ferreira de Faria. Catarina não se
casou. Faleceu no estado de solteira e foi sepultada na Capela de Santa Luzia
do Rio Manso. Encontrei o seu testamento na casa de Borba Gato na cidade de
Sabará. Instituiu sua testamenteira e herdeira em primeiro lugar sua sobrinha
Ana Gomes Xavier de Faria.
- Francisco de Faria Morato. Nasceu em 1749 e faleceu em
1834 (testamento e inventário). Tornou-se um líder da família. Obteve o título
de Alferes e foi o sucessor do pai nos negócios e afazeres da Fazenda do Pará.
Foi inventariante da mãe, avalista do cunhado Luiz Gomes Gaya, na ocasião que este
arrematou em hasta pública a fazenda que foi de sua irmã Josefa de Faria
Correia na região do Choro, no Curato do Espírito Santo de Itapecerica
(Divinópolis). Alforriou uma de suas escravas. Premiou em seu testamento também
um de seus escravos. Ajudava seus irmãos e orientava seus filhos. Realmente o
Alferes Francisco de Faria Morato possuía carisma na região da mesopotâmia em
que viveu (região entre os rios Pará e São João), próximo da Cachoeira de
Itapeva (passagem de pedras). Existe até hoje uma pequena ilha formada pelo rio
Pará. Nesta ilha o Alferes Francisco desenvolveu uma fecunda lavoura de milho
que, muito depois de sua morte, continuou sendo o sustento de seus familiares
posteriores. Francisco, apesar de sua “Beata Ruris Otia” às margens do Rio Pará,
levava uma vida urbana ativa em Pitangui, onde possuía e morava em confortável
casarão. A construção ficava na Rua da Matriz Velha, que em 1869 mudou o nome
para rua Sete de Setembro e mais recentemente rua José Gonçalves. Após a morte
do Alferes, já constando em seu inventário, o casarão foi arrematado pelo
Tenente-Coronel Luiz Álvaro Morais Navarro em 1837. Foi demolida pouco antes de
1871. O funeral do Alferes Francisco de Faria Morato em Pitangui foi um
acontecimento marcante. Transcrevo o recibo que encontrei onde é o fato
relatado com detalhes curiosos :
“Certifico
que com o funeral do Alferes Francisco de Faria Morato, meu paroquiano, cujo
corpo foi sepultado dentro desta Matriz de Pitangui, ali se fez Ofício solene
com que se fez a seguinte despesa :
Ao
Reverendo pároco por missa cantada ofício de encomendaçao e ofício de
sepultura ....................13$800
Ao
Reverendo Dr. Belchior ......................................7$200
Ao
Reverendo Francisco Martins .............................7$200
Ao
Reverendo José Ferreira Taveira .......................1$200
Ao
Sacristão para reger o ofício e assistir à missa ...6$000
O
estudante Francisco Fulgêncio ............................2$000
O
estudante Antônio ................................................2$000
O
estudante João Batista .........................................2$000
Hábito do
Caixão ......................................................8$620
Cera
......................................................................56$500
Música....................................................................36$000
Risco e
Cruz.............................................................1$200
SOMA = 143$720
Na qual
quantia importou o dito funeral segundo os documentos que me foram
apresentados. O referido é verdade e o juro aos Santos Evangelhos.”
O Vigário Encomendado Joaquim
Gonçalves da Silva.
Pitangui, 7 de outubro de 1835.
Pelas
despesas, podemos deduzir: quanta vela(cera), quanta música!!!!! Vela para
iluminar a cidade!! Será que naquela época já havia o atualíssimo superfaturamento das nossas obras e serviços
públicos???
O Alferes
Francisco de Faria Morato, já bastante idoso, foi acometido de grave moléstia.
Foi nomeado seu Curador seu genro Domingos de Freitas Mourão. Observei que em
documento apresentado pelo Curador constando despesas feitas referente ao
doente seu sogro, compra de várias garrafas do legítimo vinho do
Porto. Ótimo remédio para o corpo e a alma!! O Alferes Francisco tornou-se
importante na pesquisa genealógica da família Morato. Grande número dos atuais
Moratos são descendentes diretos de seus filhos e netos. Teve filhos de dois
casamentos e uma filha quando já viúvo do segundo casamento. Seu primeiro
casamento foi com Francisca Maria de Jesus, tendo o casal os seguintes filhos:
João Francisco de Faria Morato, Manoel Jacinto de Faria Morato, Francisco
Antônio de Faria Morato, Miguel de Faria Morato (mesmo nome do avô), Francisca
Xavier de Faria, Maria Joaquina de Faria Morato, Eufrásia de Faria Morato, Ana
Joaquina de Faria. No total foram 8 filhos do 1° casamento. Manoel Jacinto foi
morar fora da Capitania (200 léguas distante de Pitangui). Francisco Antônio de
Faria Morato tornou-se padre. Foi Capelão em 1824-1826 do Curato do Divino
Espírito Santo de Itapecerica (Divinópolis). Francisca Xavier de Faria, apesar
de casada, não deixou geração. Seu segundo casamento foi com Margarida Rosa do
Divino Amor. O casal teve 4 filhos : José Basílio de Faria Morato, Antônio de
Faria Morato, Maria Antônia da Silva, Angélica Joaquina de Faria. O autor desta
pesquisa é 4° neto (tetraneto) de José Basílio. Angélica Joaquina de Faria
casou-se com João Paulo Soares de Faria e um de seus filhos, Justino Theodoro
de Faria , é o trisavô do colaborador e incentivador desta pesquisa Dr. Paulo
Guimarães Morato. Após ficar viúvo pela segunda vez, Francisco de
Faria Morato teve com sua escrava Maria, da nação Bengala, a filha Faustina de
Faria Morato. O Alferes libertou mãe e filha e em seu testamento igualou para
todos os direitos, inclusive o de herança, esta sua filha com os filhos
legítimos dos dois casamentos anteriores. A sua vontade testamentária foi
concretizada. Com Faustina teve início os Moratos que apresentam
características da raça negra, e são geneticamente, portanto, Moratos
legítimos, ao contrário de Moratos descendentes de escravos que usaram o
sobrenome Morato em homenagem aos seus senhores da época.
- Joana Leite de Faria. Nascida em 1751. Encontrei
poucos dados. Parece que não se casou e vivia em casa do padre José de Faria
Morato, seu irmão, em São Bento do Tamanduá (Itapecerica).
- Ana Pais de Faria. Nasceu em 1753. Foi casada com
Manoel Luiz de Mendonça. Ainda não encontrei documentos suficientes para saber
se deixou geração.
- José de Faria Morato. Ordenou-se sacerdote secular do
Hábito de São Pedro, no seminário de Mariana, Minas Gerais. Pesquisei o seu “De
Genere Vita e Moribus”, que está depositado no Arquivo Eclesiástico da
Arquidiocese de Mariana, Processo n° 1127 – ano 1753 – Lugar Pitangui. Este
documento está em estado de conservação deplorável, ocasionando enorme
dificuldade para ser analisado. Ana, uma das filhas de sua irmã Francisca
Xavier de Faria, foi batizada por ele, na oratória de seu pai Capitão Miguel de
Faria Morato. Quando da morte de sua mãe, celebrou em intenção da falecida 20
missas. Exerceu o ministério sacerdotal na Capela de São Francisco de Paula, na
Freguesia de São Bento de Tamanduá (Itapecerica), onde faleceu aproximadamente
em 1778. Deixou testamento, tendo sido testamenteiro o Capitão João Vieira da
Veiga.
- Miguel de Faria Morato Filho. Cursou o seminário de Mariana.
O seu processo de “De Genere, Vita e Moribus” está depositado no Arquivo
Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, Cúria Metropolitana – Processo n° 1709
– 103 páginas – ano 1751 – Procedência Pitangui. Ao contrário do “De Genere” de
seu irmão padre José de Faria Morato, o estado de conservação é bom, o que
permitiu uma boa leitura e análise. No processo existe uma carta precatória do
Bispado de Mariana para o Bispado de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira,
Açores. Tal precatória fornece dados importantíssimos para o levantamento
genealógico de seus avós paternos e maternos. Consegui mandar confeccionar uma
cópia a laser do processo a partir de xerox gentilmente cedida pelo ilustre
genealogista Dr. Guaracy de Castro Nogueira, instituidor da Fundação
Educacional e Cultural Maria de Castro Nogueira, sediada na cidade de Itaúna,
Minas Gerais. Aqui apresento meus sinceros agradecimentos ao culto e nobre
pesquisador mineiro. A data de nascimento do Miguel de Faria Morato pelo
processo do seu “De Genere” seria 02/09/1739. Miguel Filho parece que não se
ordenou, pois teria falecido antes. No inventário de seu pai não consta como
herdeiro (1771). Não consegui ainda documentos de seu trabalho sacerdotal em
qualquer Capela ou Freguesia. É um assunto para ser pesquisado.
Com este
simples resumo apresentei os primeiros Moratos nascidos em Minas Gerais. Filhos
e netos do Patriarca de nossa Família originada na Velha Serrana. Os
descendentes, ao correr dos anos, com trabalho e honestidade, muito ajudaram o
progresso do Centro-Oeste de nossa Minas Gerais.
Fonte
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