sábado, 14 de novembro de 2015

RASTREANDO A VERDADE (II) - Pensar → Esperar → Jejuar -Klinger Sobreira de Almeida – Militar Ref/PMMG, membro ALJGR-SONETO À VERDADE [2º DA SÉRIE] - Noneto-Poético-Teatral Nº 21-Soneto nº 6.067 Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil



 Rastreando a Verdade (II)

- Pensar → Esperar → Jejuar -

Sidarta, personagem de Hermann Hesse, perplexo diante das mazelas do mundo, cuja realidade divisara tão somente na juventude, entrou em crise existencial. Contrariando os pais, tomou uma decisão radical: abandonaria tudo e tornar-se-ia um Samana. De tanga, foi viver com os ascetas. Orientado por idoso Samana, exercitou-se na desindividualização e na meditação. Jejuou, passou fome, sede e frio. Suportou dores cruéis. Fez-se dono das emoções. Praticou o trânsito da alma fora do corpo, alcançando o ápice. Apesar de tudo, revelava-se insatisfeito... E partiu. Vivenciou Buda, mas a crise existencial persistiu. Fez-se andarilho e, de certa feita, aportando a uma cidade, deparou-se com uma mulher de beleza e sensualidade incomparáveis. Apaixonou-se. Kamala, a fascinante, acolheu-o e deu-lhe prazer, mas o dispensou, mostrando-lhe sua condição de Samana paupérrimo, sem futuro. E ela, cortesã, vivia de luxo e muito dinheiro. Rejeitado, Sidarta retrucou: - Voltarei e dar-lhe-ei luxo. Ela riu: - Como? Você, um simples e miserável Samana! Não dispõe de nenhum bem. Ele: - Retornarei rico. Sei Pensar, Esperar e Jejuar. E partiu. De humilde empregado do comerciante mais rico da região, Sidarta adentrou nos segredos do negócio de compra de cereais, multiplicou a riqueza do patrão, ganhou-lhe a confiança, tornou-se sócio. Em pouco tempo, era um homem rico. Voltou para Kamala.
Pensar é trabalho mental. É mente em exercício: garimpando, prospectando, projetando, concebendo, criando, devassando, inventando, inovando... Pensando, a mente vai do finito ao infinito, circula em espiral, rompe limites...  Clareia as veredas... Põe-se em condições receptivas à intuição, escancara seus canais ao inconcebível.  Pensando, a inteligência entra em ebulição, agiganta-se.
Ao pensamento, vincula-se a vontade. Ambos, potências da Alma. Aquela engendra; esta, na ação, dá concretude.  Na gênese do pensamento, fazendo o liame, atua outra potência que direciona a mente para o bem ou para o mal: o livre-arbítrio. Cabe ao homem, escolher: ascensão, via Lei do Amor; ou descenso, Lei das Trevas. É a liberdade na construção do destino. Quem pensa, mas não tem vontade, permanece no campo dos sonhos. Quem não pensa, é um joguete da vida, ou um rastejante na estrada.
A realização dos projetos do pensamento, por mais firme que seja a vontade, requer prudência, paciência, calma... É o esperar. A pressa, reza o ditado popular, é inimiga da perfeição. O açodamento na concreção dos projetos mentais pode ser fatal.
Quem se propõe a edificar – implementar sua concepção mental, ou mesmo seu porvir - tem de adubar o sítio, semear e cuidar com carinho. Na construção do projeto, impõe-se, via de regra, dedicação exclusiva e integral. Abstenção do que se gosta. Recusar o fugaz até com sacrifício. Abster-se é jejuar. Jejum de prazeres mundanos, viagens, divertimentos, lazer... O momento há de chegar.
Pensar→Esperar→Jejuar. Esta trilogia, Verdade incontrastável, leva ao êxito. Mas, para conhecê-la e praticá-la, há um caminho de disciplina interior.

Klinger Sobreira de Almeida – Militar Ref/PMMG, membro ALJGR

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SONETO À VERDADE [2º DA SÉRIE]
-
Noneto-Poético-Teatral Nº 21-Soneto nº 6.067
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil(*)
Comentando [Rastreando a Verdade] [II]
De Klinger Sobreira de Almeida.
-
klinger sugere -regra da VERDADE-
o pensamento traz ação mental;
[PENSAR] vincula-ter razão, vontade-
o [livre-arbítrio, escolhe o Bem ou Mal.]
-
[Prudência e calma] chegam com a idade,
porque [ESPERAR] projeta a fé total,
momento há de vir sem ter vaidade;
quem planta, colhe fruto bem real.
-
O popular adágio diz que a pressa,
não nos permite ter final perfeito;
todo projeto cumpre bem promessa...
-
[JEJUAR] faz bem, joga fora o espinho;
falar VERDADE dá-nos bom proveito!
A disciplina humana é um bom caminho.
-
Belo Horizonte, sexta-feira, 13 de novembro de 2015.
-
(*)Soneto-Clássico-sáfico- heroico; com sílabas fortes//
na 4ª, 6ª, 8ª; 10ª sílabas  Rimas: ABAB, ABAB,CDC, EDE;
Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético:
CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5
instrumentos musicais apenas.
SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por

solos de instrumentos musicais.
(Noneto musical criado por Villa Lobos);
(Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta);
Mensagem conclusiva no 14º Verso( Último do segundo terceto).
-
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/5455617
-

http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2015/11/blog-post_74.html
-



-
SONETO À VERDADE [1º DA SÉRIE]
-
Noneto-Poético-Teatral Nº 20-Soneto nº 6.066
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil(*)
Comentando [Rastreando a Verdade] [I]
De Klinger Sobreira de Almeida.
-
klinger Almeida, em quinze e belos textos
mostrou [Falácias], causas...seus efeitos,
porque a mentira esconde mil pretextos;
-Os argumentos firmes são perfeitos.
-
Vem [Rastreando] fontes; tem contextos
nos hipertextos, temas são eleitos,
pura [VERDADE] colhe vez; pós-textos
trazem questões, renovam meus conceitos.
-
Falar verdade é simples, fácil, sim!
A liberdade traz a paz, liberta;
a realidade é um templo dentro em mim.
-
Razão propõe resposta, então revela,
Verdade quer luz, mente clara, aberta:
-Somente DEUS está acima dela.


(*)Soneto-Clássico-sáfico- heroico; com sílabas fortes//
na 4ª, 6ª, 8ª; 10ª sílabas  Rimas: ABAB, ABAB,CDC, EDE;
Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético:
CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais apenas.
SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais.
(Noneto musical criado por Villa Lobos)
(Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta)
Mensagem conclusiva no 14º Verso( Último do segundo terceto).
Belo Horizonte, sexta-feira, 6 de novembro de 2015.
-
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/5455161-



Rastreando a Verdade (I)

- Introdução –

“Quando eu saí em direção ao portão que me levaria à liberdade, sabia que, se não deixasse minha amargura e meu ódio para trás, ainda estaria na prisão” (Nelson Mandela)

Na série anterior – Falácias da Vida Humana – após uma introdução, alinhavei, a meu ver, as quatorze principais falácias: (1) Entronizar o TER... Em detrimento do SER; (2) Dinheiro Traz Felicidade... (3) Detentor do Poder... Dono da Verdade!... (4) À Violência!... Opõe-se a Violência; (5) Tive Sorte!... Fui Azarado!... (6) Cinismo!... Atitude Padrão; (7) “Estopim Curto”! Atributo Positivo; (8) Resignação! Uma Virtude... Ou Revolta! Válvula de Escape... (9) Meu Karma; (10) Problemas/Perdas! Fuga Como Solução; (11) Verborragia! Característica de Afirmação; (12) Meio!... Influência Inelutável; (13) QI Elevado! Sucesso na Vida; (14) Medo da Morte.

Encerrando a série, alertei que, arrolando as falácias de maior incidência, outras poderiam ser agregadas ao rol. Ficou, assim, um campo aberto à reflexão, pois as falácias que, muito vezes nos fazem perder uma travessia humana, são introjetadas  no viajor terrestre por uma vasta gama de situações individuais: baixo nível consciencial (moral), caráter inconsistente ou frágil, ignorância prevalecente, pendor aos atrativos ilusórios, ego exacerbado (egoísmo), domínio do medo por fraqueza psíquica etc.

Agora, com o mesmo propósito – abertura à reflexão, discussão, debate, contestação, entrechoque de ideias – desenvolvo uma nova série: Rastreando a Verdade. Inspira-me, na abordagem do tema, aquela convocação milenar do Mestre dos Mestres: “Se permanecerdes na minha palavra, sois realmente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:31,32). Sim! A Verdade liberta, Jesus sintetizou. Ele e outros avatares que iluminaram períodos da humanidade vêm mostrando-a, colocando-a no painel da vida – Khrisna, Sócrates, Confúcio, Lao Tse, Buda, Kardec, Hermann Hesse, Gibran, Gandhi, Rohden, Emmet Fox... – porém o Ser Humano em sua viagens evolutivas, a maioria ainda engatinhando em estatura moral, não a entende, nem a compreende nem a internaliza. Isto, apesar de ouvi-la até insistentemente, lê-la com assiduidade e, muitas vezes, estudá-la na fonte.

Conhecer a verdade vai muito além do ouvir, ler, estudar... Não é o conhecimento linear que abre as veredas da verdade. Por exemplo: Um pequeno  documento histórico fácil de ler, e muito lido – Sermão do Monte, Mt  Cap V a VII) – contém todas as “verdades” que, se praticadas integralmente, impulsionarão o Ser Humano aos píncaros da glória cósmica. Quem pratica as “verdades” incontrastáveis contidas no Sermão do Monte? Quem as internalizou na plenitude? Uma minoria insignificante. A maioria, quando não as compreende nem as entende, preconiza impossível cumpri-las.

Rastreando a Verdade, tendo por fonte os mensageiros iluminados – filósofos, escritores, missionários, profetas...–  estarei refletindo sobre a melhor via de compreensão e entendimento da “Verdade Real”, aquela que liberta, aquela que não se apresenta como falácia enganadora e ilusória.

Klinger Sobreira de Almeida – Militar Ref./PMMG e membro ALJGR
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RASTREANDO A VERDADE (I) - Introdução-Klinger Sobreira de Almeida – Militar Ref./PMMG e membro ALJGR-14-11-2015-Noneto Nº 20-Soneto nº 6.066-Por Silvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil

http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2015/11/blog-post_14.html
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SONETO À VERDADE [2º DA SÉRIE]
-
Noneto-Poético-Teatral Nº 21-Soneto nº 6.067
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil(*)
Comentando [Rastreando a Verdade] [II]
De Klinger Sobreira de Almeida.
-
klinger sugere -regra da VERDADE-
o pensamento traz ação mental;
[PENSAR] vincula-ter razão, vontade-
o [livre-arbítrio, escolhe o Bem ou Mal.]
-
[Prudência e calma] chegam com a idade,
porque [ESPERAR] projeta a fé total,
momento há de vir sem ter vaidade;
quem planta, colhe fruto bem real.
-
O popular adágio diz que a pressa,
não nos permite ter final perfeito;
todo projeto cumpre bem promessa...
-
[JEJUAR] faz bem, joga fora o espinho;
falar VERDADE dá-nos bom proveito!
A disciplina humana é um bom caminho.
-
Belo Horizonte, sexta-feira, 13 de novembro de 2015.
(*)Soneto-Clássico-sáfico- heroico; com sílabas fortes//
na 4ª, 6ª, 8ª; 10ª sílabas  Rimas: ABAB, ABAB,CDC, EDE;
Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético:
CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais apenas.
SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais.
(Noneto musical criado por Villa Lobos)
(Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta)
Mensagem conclusiva no 14º Verso( Último do segundo terceto).
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/5455617





Rastreando a Verdade (II)

- Pensar; Esperar; Jejuar –
Sidarta, personagem de Hermann Hesse, perplexo diante das mazelas do mundo, cuja realidade divisara tão somente na juventude, entrou em crise existencial. Contrariando os pais, tomou uma decisão radical: abandonaria tudo e tornar-se-ia um Samana. De tanga, foi viver com os ascetas. Orientado por idoso Samana, exercitou-se na desindividualização e na meditação. Jejuou, passou fome, sede e frio. Suportou dores cruéis. Fez-se dono das emoções. Praticou o trânsito da alma fora do corpo, alcançando o ápice. Apesar de tudo, revelava-se insatisfeito... E partiu. Vivenciou Buda, mas a crise existencial persistiu. Fez-se andarilho e, de certa feita, aportando a uma cidade, deparou-se com uma mulher de beleza e sensualidade incomparáveis. Apaixonou-se. Kamala, a fascinante, acolheu-o e deu-lhe prazer, mas o dispensou, mostrando-lhe sua condição de Samana paupérrimo, sem futuro. E ela, cortesã, vivia de luxo e muito dinheiro. Rejeitado, Sidarta retrucou: - Voltarei e dar-lhe-ei luxo. Ela riu: - Como? Você, um simples e miserável Samana! Não dispõe de nenhum bem. Ele: - Retornarei rico. Sei Pensar, Esperar e Jejuar. E partiu. De humilde empregado do comerciante mais rico da região, Sidarta adentrou nos segredos do negócio de compra de cereais, multiplicou a riqueza do patrão, ganhou-lhe a confiança, tornou-se sócio. Em pouco tempo, era um homem rico.
Voltou para Kamala.

Pensar é trabalho mental. É mente em exercício: garimpando, prospectando, projetando, concebendo, criando, devassando, inventando, inovando... Pensando, a mente vai do finito ao infinito, circula em espiral, rompe limites...  Clareia as veredas... Põe-se em condições receptivas à intuição, escancara seus canais ao inconcebível.  Pensando, a inteligência entra em ebulição, agiganta-se.
Ao pensamento, vincula-se a vontade. Ambos, potências da Alma.

Aquela engendra; esta, na ação, dá concretude.  Na gênese do pensamento, fazendo o liame, atua outra potência que direciona a mente para o bem ou para o mal: o livre-arbítrio. Cabe ao homem, escolher: ascensão, via Lei do Amor; ou descenso, Lei das Trevas. É a liberdade na construção do destino. Quem pensa, mas não tem vontade, permanece no campo dos sonhos. Quem não pensa, é um joguete da vida, ou um rastejante na estrada.
A realização dos projetos do pensamento, por mais firme que seja a vontade, requer prudência, paciência, calma... É o esperar. A pressa, reza o ditado popular, é inimiga da perfeição. O açodamento na concreção dos projetos mentais pode ser fatal.
Quem se propõe a edificar – implementar sua concepção mental, ou mesmo seu porvir - tem de adubar o sítio, semear e cuidar com carinho. Na construção do projeto, impõe-se, via de regra, dedicação exclusiva e integral. Abstenção do que se gosta. Recusar o fugaz até com sacrifício. Abster-se é jejuar. Jejum de prazeres mundanos, viagens, divertimentos, lazer... O momento há de chegar.

Pensar; Esperar; Jejuar. Esta trilogia, Verdade incontrastável, leva ao êxito. Mas, para conhecê-la e praticá-la, há um caminho de disciplina interior.

Klinger Sobreira de Almeida – Militar Ref/PMMG, membro ALJGR
-

http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2015/11/blog-post_74.html








SONETO À VERDADE [3º DA SÉRIE]
-
Noneto-Poético-Teatral Nº 22-Soneto nº 6.068
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil(*)
Comentando [Rastreando a Verdade] [III]
De Klinger Sobreira de Almeida.
-
Desta vez Klinger traz [A META - SER]
[qualitativo e essência] com valor
na elevação moral, que chega a ter
libertação do corpo pra dispor;
-
Alma retorna ao Deus-Pai, por saber
que a travessia ocorre, por amor
ao Criador eterno, sem sofrer;
que encerra o pranto, certo com louvor.
-
Querer de Ulisses vem provar VERDADE;
faz entender; propõe gerar a paz
no compromisso que o terror invade.
-
Imprescindível é obter, um meio
de SER inteiro em tudo que refaz...
No patamar do cosmos, em Deus creio.
                 ---NAMASTÊ!---
Belo Horizonte, sexta-feira, 20 de novembro de 2015.
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/5455734
(*)Soneto-Clássico-sáfico- heroico; com sílabas fortes//
na 4ª, 6ª, 8ª; 10ª sílabas  Rimas: ABAB, ABAB,CDC, EDE;
Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético:
CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais apenas.
SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais.
(Noneto musical criado por Villa Lobos)
(Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta)
Mensagem conclusiva no 14º Verso( Último do segundo terceto).
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Rastreando a  Verdade  (III) – A Meta - SER –
Klinger Sobreira de Almeida

Ulisses logrou salvar-se da atração do canto das sereias, e prosseguir rumo a Ítaca, porque, a conselho da feiticeira Circe, colocou cera nos ouvidos de seus marinheiros e amarrou-se ao mastro do navio, para poder ouvi-las sem o risco de atirar-se ao mar e segui-las.

Sidarta - três anos com os Samanas - alcançara um elevado patamar espiritual. Contudo, faltava-lhe algo: não passara pelas provas mundanas. Ao primeiro contato destas, acometeu-o a vertigem. Então, a queda na realização do TER. Atolou-se nas benesses disponibilizadas ao viajor terrestre. Porém, em determinado momento, tal qual o filho pródigo da passagem de Lucas, veio-lhe o despertar: - Deixei-me dominar. Ao invés de possuir, sou possuído. Estou um farrapo moral. Onde está o caminho de regresso à Casa do Pai? Acesa a luz interior, largou Kamala e sua luxúria. Retornou por sítios agrestes à procura da trilha do SER.  Antes, não ouvira sua “Circe”, seguira o canto ilusório das sereias.

A vida, apesar das especulações filosóficas, das revelações religiosas e das constatações científicas, continua um mistério. A única realidade – absoluta e incontrastável – é Deus.  E sua criação inteligente – o Espírito - trazendo em si a centelha divina, desenvolve uma trajetória cósmica inexoravelmente evolutiva. Seu habitat natural é o plano espiritual; o plano material, uma escola passageira. Nele, ao Espírito se concede a oportunidade de ajustar-se num campo de provas: aprende, apreende, internaliza, aperfeiçoa-se, corrige-se...
TER, resultante da interação ego v. mundo circundante, pode proporcionar, aos dotados de engenho e arte para uso dos talentos, Poder e Riqueza. Pode também fazer mergulhar, a muitos desavisados ou ingênuos, em lodaçais morais. Poder e Riqueza impulsionam o progresso material e tecnológico do planeta. Sem estes não há como desenvolver. Aquele que se contenta com o despojamento material, ou com a miséria, e sem poder de influenciar, não concorre para o desenvolvimento da humanidade.

O TER, no entanto, tanto abundante como escasso, caso não esteja atrelado ao SER, é um perigo – de um lado, atrai, deslumbra e inebria aos possuidores; de outro, acarreta inveja e revolta aos despossuídos. Desatrelado do SER, mergulha no egoísmo e responde aos acenos da violência, do massacre do fraco, das injustiças sociais... Constitui o canto da sereia para o qual temos sido alertados ao longo dos séculos pelos mensageiros que aportam ao planeta: Krisna, Buda, Sócrates, Platão, Buda, Cristo e muitos outros avatares (quase sempre fazemos ouvidos moucos à “feiticeira Circe”, mas ela nunca falta!).

O TER é juntar um acervo que, ao final da travessia rápida no plano terreno (a morte), se perderá. Nada – nem poder, nem riqueza, nem honraria, nem glória... – pode ser levado para o plano espiritual. O detentor foi apenas um administrador de Deus.

O SER – qualitativo e essência imperecível – consiste na elevação moral (consciencial) do Espírito. Desabrocha à proporção que o homem se abre aos divinos influxos do Criador incriado. É valor retratado em atitudes permanentes e cristalizadas – altruísmo, justiça, não violência, solidariedade, fraternidade, serenidade... – inseridas no âmago da alma em marcha. Como tal, provisão – intocável e indestrutível – que permanecerá quando a alma, libertando-se do corpo físico, retornar à pátria espiritual.

Quem, na labuta mundana da edificação do TER produtivo – circulação de riqueza e promoção do bem comum – põe como meta o SER, encontra a trilha da ascensão. Sua travessia não se perdeu. Ouviu, entendeu e precaveu-se, tal qual Ulisses.

Klinger Sobreira de Almeida – Militar Ref/PMMG, membro da ALJGR
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http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2015/11/rastreando-verdade-iii-meta-ser-klinger.html
Belo Horizonte, sexta-feira, 20 de novembro de 2015.
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/5455734



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