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6595-SONETO À VERDADE (L)BAJULAÇÃO
-Noneto-Poético-Teatral Nº 85-Soneto nº 6.595
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil
Interação-interpretativa da reflexão de
Klinger Sobreira de Almeida, Cel.PM.Ref.
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Bajulação eleva um simples ato;
leva à escalões, sem ter amor total;
conselho não aceita e "paga o pato"
as decepções condizem com o final.
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Só quem bajula faz brilhar um fato;
planta vaidade, esconde o erro mal,
desmoraliza, espanta o bom contato,
gera boatos, nega o que é real.
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Aberta a vala, o choro vai surgir,
joga ao abismo, marca que não sai:
_Sem humildade, tudo vai ruir.
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Fácil de achá-la em Chefe sem valor;
irresponsável, sem caráter cai.
Bajulador espera obter favor.
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-Email:clubedalinguaport@gmail.com
Belo Horizonte, MG, outubro de 2017.
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6139561
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(*)Soneto-Clássico-sáfico- heroico; com sílabas fortes na 4ª, 6ª, 8ª; e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, EDE; Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético: CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais. (Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva no 14º Verso (Último do segundo terceto).Email:clubedalinguaport@gmail.com
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Caros confrades e confreiras,
Caras leitoras,
Até agora, rastreando a verdade, uma travessia bem longa. Chegamos ao tema nº 50 (L): BAJULAÇÃO→Ruína dos Poderosos. Esperamos que sirva de alerta aos empolgados ou desavisados, ou ingênuos.
Saudações Rosianas,
Klinger Sobreira de Almeida – Cel. PM QOR
Presidente ALJGR/PMMG
Rastreando a Verdade (L)
BAJULAÇÃO→Ruína dos
Poderosos
“A
bajulação é a moeda falsa que só circula por causa da vaidade humana.” (François La Rochefoucald) – “Livre-se dos bajuladores. Mantenha perto
pessoas que o alertem no erro.” (Barack Obama)
Há muitos anos, por circunstâncias de
negócios, viajei, de madrugada, por quase três horas, de uma capital a outra,
em um pequeno avião. Quatro passageiros: um político famoso e empresários.
Na mansidão do voo, dois passageiros
dormiram. Eu e o político, com o qual possuía razoável relacionamento, ficamos
a conversar. Dizia-me ele de sua pretensão ao governo de seu Estado, e abria-se
para orientações, porquanto nunca exercera cargo executivo. Alertei-o, lastreado
em minha convivência pretérita nas proximidades do poder, para se acautelar,
caso chegasse a Governador, em relação aos bajuladores (áulicos, aduladores ou
chaleiras) que o rodeariam, visando tão somente incensá-lo e obter favores
pessoais ou levá-lo à prática de atos não condizentes com a responsabilidade ética
do cargo. Estes, sem que se note, formariam um cerco que impediria o acesso dos
verdadeiros amigos e homens de bem.
Anos depois, esse político, tido como probo,
chegou ao governo de seu Estado. Não seguiu os alertas. Deixou-se envolver. Desceu
aos abismos da corrupção. Foi processado criminalmente. Liquidou-se
politicamente.
Quanto maior a elevação de poder, maior é
o número dos que, hábil e ardilosamente, se colocam no entorno do poderoso. Se este
não tiver perspicácia e um caráter rijo, cairá na teia. Os áulicos, embora de
baixo nível consciencial, são sagazes, conhecem as vulnerabilidades humanas e
sabem penetrá-las com “engenho e arte”.
Quando alcancei o oficialato da Força
Pública, o soldado Machado, meu saudoso pai, alertou-me: cuidado com os
chaleiras. Aproximam-se bondosos, educados e subservientes. Encantam com
presentes. Não têm barreiras morais: alguns chegam a facilitar suas mulheres ou
filhas. O que lhes interessa é promoção, facilidades, vieses para ganhos
desonestos e outras podridões. Sábias
advertências que acatei!
Ao longo desta travessia, assisti muitas
quedas. Chefes enredados em luxúria, corrupção, jogatina... Desmoralizados! Na
atualidade, a Operação Lavajato e outras fazem desabar os castelos da corrupção
e nos exibem políticos e empresários que, detentores eventuais do poder, cederam.
Rodeavam-se tão somente de bajuladores que os punham no falso pedestal da
inteligência suprema; faziam-lhes cerco. Agora, apanhados, só sabem dizer que
“não sabiam”, “não viram” ou “foram enganados”.
Os bajuladores são encontrados tanto nos
altos escalões do poder como na esfera inferior. Sempre fazem estragos e
arruínam os chefes que não desenvolveram uma boa tessitura de caráter. Principal
vulnerabilidade de penetração: VAIDADE. Aberta a vala, só aqueles entram. Aos amigos
verdadeiros e homens de bem, a vedação.
Eliminar a vaidade. Acautelar-se com os
que elogiam e incensam. Calçar a sandália da humildade. Abrir-se ao Amor, à
Sabedoria e à Fortaleza. Eis a chave-mestra de quem alcança o poder eventual nesta
fugaz travessia terrena.
Klinger Sobreira de Almeida – Militar Ref.
– Membro ALJGR/PMMG
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