quarta-feira, 25 de outubro de 2017

SONETO À VERDADE: Bajulação (L) (50)-Por Silvia Araújo Motta-Interpretativo de KLinger Sobreira de Almeida

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6595-SONETO À VERDADE (L)BAJULAÇÃO
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Noneto-Poético-Teatral Nº 85-Soneto nº 6.595
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil
Interação-interpretativa da reflexão de
Klinger Sobreira de Almeida, Cel.PM.Ref.
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Bajulação eleva um simples ato;
leva à escalões, sem ter amor total;
conselho não aceita e "paga o pato"
as decepções condizem com o final.
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Só quem bajula faz brilhar um fato;
planta vaidade, esconde o erro mal,
desmoraliza, espanta o bom contato,
gera boatos, nega o que é real.
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Aberta a vala, o choro vai surgir,
joga ao abismo, marca que não sai:
_Sem humildade, tudo vai ruir.
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Fácil de achá-la em Chefe sem valor;
irresponsável, sem caráter cai.
Bajulador espera obter favor.
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-Email:clubedalinguaport@gmail.com
Belo Horizonte, MG, outubro de 2017.
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6139561
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(*)Soneto-Clássico-sáfico- heroico; com sílabas fortes na 4ª, 6ª, 8ª; e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, EDE; Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético: CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais. (Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva no 14º Verso (Último do segundo terceto).Email:clubedalinguaport@gmail.com
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Caros confrades e confreiras,
Caras leitoras,

Até agora, rastreando a verdade,  uma travessia bem longa. Chegamos ao tema nº 50 (L): BAJULAÇÃO→Ruína dos Poderosos. Esperamos que sirva de alerta aos empolgados ou desavisados, ou ingênuos.
Saudações Rosianas,  

Klinger Sobreira de Almeida – Cel. PM QOR
Presidente ALJGR/PMMG


Rastreando a Verdade (L)
BAJULAÇÃO→Ruína dos Poderosos
A bajulação é a moeda falsa que só circula por causa da vaidade humana.”  (François La Rochefoucald) – “Livre-se dos bajuladores. Mantenha perto pessoas que o alertem no erro.” (Barack Obama)
Há muitos anos, por circunstâncias de negócios, viajei, de madrugada, por quase três horas, de uma capital a outra, em um pequeno avião. Quatro passageiros: um político famoso e empresários.
Na mansidão do voo, dois passageiros dormiram. Eu e o político, com o qual possuía razoável relacionamento, ficamos a conversar. Dizia-me ele de sua pretensão ao governo de seu Estado, e abria-se para orientações, porquanto nunca exercera cargo executivo. Alertei-o, lastreado em minha convivência pretérita nas proximidades do poder, para se acautelar, caso chegasse a Governador, em relação aos bajuladores (áulicos, aduladores ou chaleiras) que o rodeariam, visando tão somente incensá-lo e obter favores pessoais ou levá-lo à prática de atos não condizentes com a responsabilidade ética do cargo. Estes, sem que se note, formariam um cerco que impediria o acesso dos verdadeiros amigos e homens de bem.
Anos depois, esse político, tido como probo, chegou ao governo de seu Estado. Não seguiu os alertas. Deixou-se envolver. Desceu aos abismos da corrupção. Foi processado criminalmente. Liquidou-se politicamente.
Quanto maior a elevação de poder, maior é o número dos que, hábil e ardilosamente, se colocam no entorno do poderoso. Se este não tiver perspicácia e um caráter rijo, cairá na teia. Os áulicos, embora de baixo nível consciencial, são sagazes, conhecem as vulnerabilidades humanas e sabem penetrá-las com “engenho e arte”.
Quando alcancei o oficialato da Força Pública, o soldado Machado, meu saudoso pai, alertou-me: cuidado com os chaleiras. Aproximam-se bondosos, educados e subservientes. Encantam com presentes. Não têm barreiras morais: alguns chegam a facilitar suas mulheres ou filhas. O que lhes interessa é promoção, facilidades, vieses para ganhos desonestos e outras podridões.  Sábias advertências que acatei!  
Ao longo desta travessia, assisti muitas quedas. Chefes enredados em luxúria, corrupção, jogatina... Desmoralizados! Na atualidade, a Operação Lavajato e outras fazem desabar os castelos da corrupção e nos exibem políticos e empresários que, detentores eventuais do poder, cederam. Rodeavam-se tão somente de bajuladores que os punham no falso pedestal da inteligência suprema; faziam-lhes cerco. Agora, apanhados, só sabem dizer que “não sabiam”, “não viram” ou “foram enganados”.
Os bajuladores são encontrados tanto nos altos escalões do poder como na esfera inferior. Sempre fazem estragos e arruínam os chefes que não desenvolveram uma boa tessitura de caráter. Principal vulnerabilidade de penetração: VAIDADE. Aberta a vala, só aqueles entram. Aos amigos verdadeiros e homens de bem, a vedação.
Eliminar a vaidade. Acautelar-se com os que elogiam e incensam. Calçar a sandália da humildade. Abrir-se ao Amor, à Sabedoria e à Fortaleza. Eis a chave-mestra de quem alcança o poder eventual nesta fugaz travessia terrena.


Klinger Sobreira de Almeida – Militar Ref. – Membro ALJGR/PMMG


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