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Noneto-Poético-Teatral Nº 84-Soneto nº 6.594
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil
Interação-interpretativa da reflexão de
Klinger Sobreira de Almeida, Cel.PM.Ref.
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Toda imodéstia impede ter sucesso;
a petulância ofende, afasta e nega;
a liderança forte, fácil, meço;
obreiro cresce e seu valor carrega.
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Que presunção: querer só ter excesso;
acertar algo, quando se erra a entrega;
simplicidade, ao meu Senhor eu peço!
Fugaz riqueza, em vida, sempre cega.
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O presunçoso cria seu castelo;
do patamar tão alto o tombo é certo,
quando o poder cai, surge novo elo.
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O humilde sábio não se julga rei;
sabe entender com seu olhar aberto:
_Na presunção só reina o tolo, sei.
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-Email:clubedalinguaport@gmail.com
Belo Horizonte, MG, outubro de 2017.
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6137473
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https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2017/10/soneto-verdade-xlix-presuncao-noneto.html
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Prezadas leitoras,
No rastreamento da verdade, não temos a pretensão de detê-la; trata-se
de uma incógnita fugidia. Todos os temas - exercício de reflexão! - estão
sujeitos ao contraditório, pois, reprisando, “é do entrechoque de ideias que
nasce a luz”. O tema XLIX: PRESUNÇÃO→Reino dos Tolos - colocado à sua
apreciação, adentra à seara da tolice, que, infelizmente, adorna parte da
humanidade.
Saudações Acadêmicas,
Klinger Sobreira de Almeida – Cel. PM QOR
Presidente da Academias de Letras João Guimarães Rosa/PMMG
Membro Correspondente Academia Valadarense de Letras
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Rastreando a Verdade (XLIX)
PRESUNÇÃO→Reino dos Tolos
Presunção,
na objetividade de Houaiss, é “opinião demasiado boa e lisonjeira sobre si
mesmo (...) demonstração pública dessa opinião; imodéstia, pretensão,
vaidade...” Presunçoso: “... aquele que se supõe melhor, mais bonito,
superior, mais inteligente, mais capaz...”
Há muitos anos, quando do momentoso caso
do mensalão, li uma reportagem investigativa, em que o jornalista garimpou a
vida daquele que ensinava o “mapa da mina” aos políticos e empresários. O
personagem, hoje cumprindo pesada pena, estava no auge da riqueza e era tido
como superdotado de inteligência.
Segundo o repórter, o orientador das
grandes tramoias que, habilidosamente,
lesava o erário da nação, estudara em escola pública. Era aluno das
melhores notas. Certa feita, o professor questionara-o sobre inobservância da
recomendação para levar borracha durante a prova. Sua resposta, em alto e bom
tom: - não preciso de borracha; eu não
erro. Por sua atitude, vaidosa e petulante, recebeu o apelido de BG (Bom
Geral). Foi esse BG, que se reputava o mais inteligente dos homens – o
consultor-mestre dos meandros da corrupção – que viu o mundo ruir diante de sua
presunção.
Há um grande contingente de seres humanos que,
alcançando sucesso ou êxito nos empreendimentos da travessia – político,
econômico, sindical, estudantil etc – se inebriam, julgam-se donos da sabedoria
terrena e/ou os mais poderosos. Navegam em egoísmo. Não erram. Apresentam-se
como imbatíveis. Inteligência privilegiada. Donos do segredo da vida. Situam-se
nos patamares fictícios de superioridade.
Não só nos altos estamentos sociais ocorre
o fenômeno do “achar-se superior em tudo e absoluto nas verdades”. Mesmo em
funções subalternas na área de operações, tal ocorre, e até com certa
frequência. Às vezes um obreiro simples, que tem convivência harmônica com seus
companheiros de trabalho, quando alçado a uma situação de fiscal de setor ou
supervisor, torna-se “senhor absoluto”: só ele sabe das coisas; é o superior em
poder, inteligência... Logo, logo, atrita e fica sem condições de liderar. Tive
experiências com mecânicos e motoristas no meu tempo de dirigente de
transportes.
A vida, segundo o dito popular, dá, nega e
tira. Um dia, o castelo desaba. Assim, foi com Napoleão que, julgando-se o
estrategista supremo, defrontou-se com um desconhecido e humilde anti-herói
inglês e foi abatido. Assim tem sido com muitos ditadores, empresários,
funcionários, políticos e pseudolíderes que, no auge do poder ilusório,
encontram seu Waterloo.
O autêntico sábio é humilde; nunca arrota
superioridade. Conhece, na infinitude cósmica,
seus limites no finito. Veja o exemplo de Sócrates: Só sei que nada sei. Na sua linha seguiram Abraham Lincoln, Albert Einstein,
Mahatma Ghandi...
Presunção é o insidioso vírus
que se apega ao ignorante, ao ingênuo, ou ao descuidado. Também se apossa de
todo aquele que, embora tenha alguma inteligência ou sagacidade, não alcançou
um razoável nível consciencial.
O Presunçoso sempre pensa que É o
mais... Porém, vivendo no reino da tolice, É apenas um tolo. Ilude-se a si
próprio: Não É o que pensa que É.
Klinger Sobreira de Almeida – Mil. Ref./ Membro ALJGR/PMMG
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