sexta-feira, 22 de junho de 2018

Centenário GEORGINO JORGE DE SOUZA-Coronel PMMG *Patrono Cad. Nº 43 na Academia de Letras João Guimarães Rosa/PMMG - Acróstico-biográfico in memoriam Nº 6514 Por Silvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil










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Centenário GEORGINO JORGE DE SOUZA-Coronel PMMG
*Patrono Cad. Nº 43 na Academia de Letras João Guimarães Rosa/PMMG
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Acróstico-biográfico in memoriam  Nº 6514
Por Silvia  Araújo  Motta/BH/MG/Brasil
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G-Georgino Jorge de Souza, Coronel da Polícia Militar,
E-Em 02 de setembro de 1918, nasceu em Guanambí-Bahia;
O-O filho de Jorge Francisco de Souza e D. Sabina de Souza;
R-Reconhecido SOLDADO, aos 16anos e 4meses:25JAN1935;
G-Guardou lembranças do antigo 6ºBCM, dos Caçadores;
I-Imponência e disciplina rígida exigida pelo Cel. Apolino.
N-No CFO, em 1940, demonstrou entusiasmo e garbosidade.
O-O ASPIRANTE a Oficial, vibrante em 1942, comandou a
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J-Jovial ESCOLA de RECRUTAS, em Diamantina, Minas Gerais;
O-O famoso Prof. Emérito da Faculdade de Montes Claros/MG
R-Recebeu várias Medalhas e Condecorações pela liderança nata.
G-Grandes realizações como DELEGADO ESPECIAL DE POLÍCIA,
E-Em cidades mineiras: 1943 até 1958; foi excelente Subchefe
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D-Da 4ª Secção do Estado-Maior da Polícia Militar e Comandante
E-Em Montes Claros, no 10º BATALHÃO de INFANTARIA PM,
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S-Sempre bem articulado e possuidor de bons conhecimentos.
O-O advogado Dr. Georgino foi Presidente da OAB do Brasil e
U-Um Presidente do Rotary Clube, em Montes Claros/Minas;
Z-Zeloso, leal e respeitoso nos 30 anos de efetivo-exercício.
A-A marca está registrada na estrada da Honra e do Dever:
          ---"Um VULTO expressivo de Polícia Militar."---
          Belo Horizonte, 1º de agosto de 2017
http://www.recantodasletras.com.br/acrosticos/6071523      



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BLOGSPOT DE MARIA RIBEIRO PIRES
quarta-feira, 25 de junho de 2014
Georgino Jorge de Souza

CORONEL, DOUTOR E MESTRE
GEORGINO JORGE DE SOUZA
                                                                              Maria Ribeiro Pires
Parceira-Assessora da Academia de Letras “João Guimarães Rosa” da PMMG

A vida, caleidoscópio curioso, mostra-nos múltiplos tipos de personalidades! Algumas pessoas passam por nós indiferentes, como seres de outros planetas. Outras nos acolhem, independentes de credo, nacionalidade, raça ou idade. Com inesperado encanto, oferecem apoio, abrem caminhos, ensinam-nos os atalhos para a luta. É espantoso, porque quando damos fé dessa empatia, nós mesmos aprendemos a ajudar e a ensinar o pouco que sabemos. Dessa troca desinteressada, nasce o milagre da AMIZADE.   

Ficamos marcados com o signo da fraternidade, a mais suave das afeições. Colhendo os frutos desse aprendizado, repartimos o pão de nossa alma. Hora santificada! Descobrimos o amigo. O que é mesmo o amigo? Certamente, não depende de ter nascido em nossa terra, ter brincado conosco, sofrido as mesmas dificuldades. Amigo é obra misericordiosa de Deus.  O amigo entende, ajuda, aconselha e também sabe rir conosco. Essa experiência fraterna entre almas diversas é tão emocionante que temos orgulho em dizer: ele ou ela é irmão, irmã de minha existência terrena.

Até quando a morte nos separa, fica uma tênue e suave lembrança, porque tivemos a mais bela experiência a que o ser humano pode almejar: respeito, ternura e amizade.

Foi o que aconteceu comigo. Cheguei na undécima hora na vida do Mestre Georgino Jorge de Souza. Ele gozava da admiração e do respeito de Montes Claros. Comandante do 10º Batalhão da Polícia de Minas, criador do Colégio Tiradentes, companheiro ativo e fiel das aflições da Santa Casa de Misericórdia, era o orador, o literato engrandecendo a tribuna de Direito Criminal e a cátedra de professor. Sei de sua vida de menino sofrida e difícil em Guanambi, Bahia, contada por ele.

Com muito pouco dinheiro dado por seu pai, foi viajar sozinho e construir sua vida. Com simplicidade e franqueza, ele conta em seu livro “Reminiscências de um soldado de Polícia” sua infância e os preconceitos sofridos até pela sua professora de catecismo.

Bem fez o nosso ilustre escritor Saul Alves Martins em rememorar o episódio em que Da. Sabina se revolta contra a exclusão de Georgino da fila de meninos brancos que fariam sua primeira-comunhão. E Saul Martins repete as palavras do Mestre Georgino, que, mesmo sendo criança chorosa com a injustiça, assombrou-se com a indignação da mãe.

Em sua sabedoria dos setenta anos, relembra e entende emocionado o fato, ao dizer: “Nem antes, nem depois a vi mais bela. Deus a abençoe, mãe, onde quer que esteja!”

O coronel Georgino me disse certa vez: “Eu tinha que ser o melhor da classe, por ser negro!”

Distinguiu-se entre os maiores e melhores. Por esse motivo, o seu livro tem a tônica irônica e alegre de quem venceu na vida. De ser “um homem que deu certo”, como afirma o primo Darcy Ribeiro, prefaciando o seu livro. Confessa que, escrevendo, fazia uma catarse, espantando as lembranças que vinham. As recordações não chegavam em ordem cronológica, mas numa desordem de fatos que não o deixavam em paz. Isso acontece com todos nós.

As vivências de sofrimento e renúncia moldaram seu caráter, mas respeitaram sua digna altivez. Assim, ele se descreve em Reminiscências de um Soldado de Polícia, página 83 –
“Somos descendentes de sudaneses muçulmanos, arrastados como escravos para o Brasil, de traços fisionômicos bonitos e de bravura indômita, que eclodiu em uma série de sublevações na Bahia“.

Tenho pena de não ter me assentado nas carteiras da Faculdade de Direito da UNIMONTES para assistir as aulas de Direito Penal do Prof. Georgino. Entretanto, depois que me formei na Universidade Católica, hoje, a Pontifícia de Belo Horizonte, tive nele um mestre a quem recorrer em minhas dificuldades advocatícias.

Fui também professora durante muitos anos. Talvez seja por isso que ri com o fato contado pelo Mestre. Uma de suas alunas o interrompeu durante a aula e interrogou: “Professor quem é o autor da lei de talião?” Com uma simplicidade só dele, Doutor Georgino comentou comigo: “Maria, eu podia perfeitamente, usar aquele artifício dos professores - minha cara, esse assunto é bem complexo e vai ser tratado na próxima aula. Entretanto, pensei, eu já tenho idade para ser honesto e vou ser agora. Respondi: Sabe que não sei? Vou procurar a resposta. Foi o que fiz. No dia aprazado, respondi de cabeça levantada. Talião deve ser escrito com letra minúscula, porque não existiu nenhum rei ou homem comum chamado  talião. A palavra vem do latim (tálio, talionis, que tem a mesma origem de talis, tal) ou, como diria o Bem Amado de Dias Gomes, “tal qualmente.” É a lei de responder a ofensa tal e qual. Olho por olho, dente por dente. Se essa lei vigorasse, teríamos muita gente cega e desdentada.” Eu  admirei a sinceridade de um professor que se deu ao luxo de aprender, como ele dizia -“ com os meus companheiros de estudo.”
Hoje, nesta Academia de Letras João Guimarães Rosa da Polícia Militar de Minas Gerais, eu rememoro a solenidade que assisti, quando o Coronel Georgino Jorge de Souza tomou posse aqui como acadêmico.
Neste ano, com muita honra, fui aceita como Parceira–Assessora. As verdadeiras aulas que aqui tenho assistido atestam o alto conhecimento dos Acadêmicos Coronéis e o quanto aprendo em sua companhia.
A todos o meu mais sincero agradecimento.
Belo Horizonte 10 de setembro de 2004
Fonte:

http://mariaribeiropires.blogspot.com/2014/06/gorgino.html




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Link:

Cel PM Georgino Jorge de Souza
24.01.64 a 31.03.64 / 01.05.64 a 24.05.64
Ex-Diretor do Colégio Tiradentes em Montes Claros
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