sábado, 22 de setembro de 2018

SONETO LXXI (71)À VERDADE: BANDIDO BOM é o regenerado - Noneto-Poético Nº 123-Soneto nº 6.740 Interação com Klinger Sobreira de Almeida Por Silvia Araújo Motta/BH/Brasil

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SONETO LXXI (71) À VERDADE: BANDIDO BOM é o regenerado
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Noneto-Poético Nº 123-Soneto nº 6.740
Interação com Klinger Sobreira de Almeida
Por Sílvia Araújo Motta/BH/Brasil
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Comunidade vive sob alerta:
_O marginal não tem respeito à vida -
na impunidade, sua lei é incerta -
mata por pouco; morre sem guarida?
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A sociedade sofre; o mal acerta
-na corrupção refaz a dor tecida;
organizado, o crime vê encoberta
a primazia da Ordem já vencida.
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Presídio em Neves, quando foi criado...
_O presidiário tinha, sim, sanção;
cumpria a pena mais trabalho dado...
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O criminoso útil quis sair,
após julgado...longe da prisão:
_Regenerado, livre eu o vi sorrir.
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Belo Horizonte, MG, Brasil, setembro de 2018.
Email:clubedalinguaport@gmail.com
https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com/2018/09/6740-soneto-lxxi-71a-verdade-bandido.html
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Nota:
Conheci um DETENTO recuperado, na Penitenciária Agrícola de Neves.
Apesar de ser criança, lembro-me bem, dos bons comentários dos pais dele,
quando retornavam da PRISÃO onde o filho cumpria a pena.

O detento DICO foi um grande SERESTEIRO de Belo Vale...MG.
Muitos anos depois, pude ouvir as músicas de Vicente Celestino, 
tocadas pelo amigo de família, ao violão, em minha casa.

Grande abraço,

Silvia.

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Leia mais:
postado em 16/01/2017 06:00 / atualizado em 16/01/2017 07:50

                                                   (foto: Jair Amaral/EM/DA Press/Reprodução)
Vista parcial da Penitenciária Agrícola de Neves, em 1938, ano de sua inauguração: presídio tinha dois pavilhões, 200 casas para funcionários e 300 mil pés de laranjas...O interior do presídio contava com lavoura, criação de gado, padaria, fábrica de calçados, uma olaria, fábrica de brinquedos e de uniformes. A vocação agrícola e industrial fez da PAN uma pioneira no país e na América Latina, por incentivar o trabalho de recuperação de detentos. O presídio chegou a ter uma loja em Belo Horizonte, onde eram vendidos produtos produzidos pelos presos nas hortas de Neves...
Ribeirão das Neves já teve presídio Modelo.
Inaugurada em 1938 para ser modelo na recuperação de detentos, a Penitenciária Agrícola de Neves (PAN), atual José Maria Alkimim.
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 Artigo de Cel. Klinger Soibreira de Almeida
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Caros Leitores, Confrades e Confreiras,
Há dias, num programa televisivo, assisti ao desabafo de um policial que, recebia na Delegacia, um assaltante preso em flagrante delito: - “Há 15 dias esse indivíduo aqui foi trazido e autuado por roubo.  Embora já tenha seis passagens por furto ou roubo, foi solto, no dia seguinte, na audiência de custódia. É uma palhaçada!” Esse desabafo, creio, é um sentimento guardado por grande massa de brasileiros que, impotentes, convivem com a impunidade dos audaciosos delinquentes que, hoje em dia, não têm limites e acreditam que o crime compensa.
O tema LXXI, série Rastreando a Verdade, faz uma ligeira abordagem desse preocupante problema. Quem sabe, nesta semana eleitoral, o povo resolva enviar para o Congresso Nacional homens ou mulheres sensíveis ao sofrimento das vítimas da bandidagem (viúvas, órfãos, paraplégicos...)?!

Saudações

Klinger Sobreira de Almeida – Cel. PM Ref.

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Rastreamento da Verdade(LXXI)
BANDIDO BOM→Bandido Regenerado
Reportando aos anos 40/50, lembro-me da Penitenciária Agrícola de Neves-PAN, onde os internos cuidavam de imenso pomar e hortas, e das oficinas industriais: manufatura de botas, cintos, vassouras, espanadores etc. Cumpria-se a pena em trabalho produtivo, e não, como sanguessuga. A maioria alfabetizava-se e aprendia um ofício. O homem, sob a égide do Estado, se reconstruía.
Nos primórdios da carreira policial, no interior do Estado, encontrei muitos ex-presidiários da PAN. Homens reintegrados moral e socialmente, e úteis à comunidade.
Naqueles tempos, havia foco no controle da criminalidade. Esta não podia andar à solta, ameaçando e inquietando. Quem se desviasse da lei deveria pagar. A sanção tinha o condão de promover o resgate da dívida social. Segregação e trabalho. Castigo-pedagógico: sensibilização e recuperação moral. Direitos, o mínimo; e deveres, o máximo. A gradação no retorno de direitos ascendia de forma inteligente.
O tempora, o mores! – Oh tempos! Oh costumes! – Se Cícero, hoje vivesse em nossa pátria, certamente deploraria, em indignação incontida, o ambiente que nos rodeia. A corrupção propagou-se e permeou os segmentos políticos, empresariais e os vinculados. A impunidade viceja como incentivo ao crime. O honesto trabalhador está sujeito às vicissitudes da vida: atividade árdua, ganho suado, crescentes despesas familiares, ameaça de desemprego, moradia inacessível... Mas o delinquente, não!  
Na esteira da degradação dos costumes, impuseram leis ilusórias para a comunidade em geral, mas concretamente benéficas aos infratores da lei penal: fim da prisão preventiva nos crimes dolosos contra a vida; fim da prisão por pronúncia; sentenças de primeira instância inócuas; progressão de pena que torna a sanção ficção... E o Código de Execução Penal? Risível aos olhos dos especialistas estrangeiros.
Realidade brasileira: as organizações criminosas dominam os presídios e centros de adolescentes. Estes são escolas de formação/aperfeiçoamento. A superlotação facilita a ação dos líderes. A confusão propicia o comércio interno de drogas; aluguel de celas para prostituição; o uso de celulares; a “compra” de agentes da lei; a interação com os que, em liberdade, cumprem ordens e estruturam as investidas lucrativas.
A progressiva mixórdia legal, afundada no lodo da corrupção, acabou com a antiga política (talvez não perfeita, mas real e muitas vezes bem sucedida) de regeneração do criminoso.  Além disso, a omissão governamental na área da educação infantil ensejou a expansão da delinquência juvenil, incentivada pelo crime organizado. Nesse diapasão, enfraqueceu-se a Polícia – Guardiã da Sociedade – que os cínicos demonizam enquanto sacralizam os facínoras.
Impõe-se à nação uma reengenharia profunda de seu sistema político, a começar de uma Constituinte para desfazer esse logro: a denominada Constituição Cidadã, 1988. Após, à esteira de um sistema político ético-moral: fim dos feudos corporativos e advento da justiça social, refazimento da malha de legislação penal que retire a primazia dos grupos marginais e privilegie a sociedade sadia.  
Então, no médio/longo prazo, poderemos visualizar um Bandido Regenerado, aquele que sepulta o passado, tornando-se um Homem de Bem.
Klinger Sobreira de Almeida – Mil. Ref/Membro ALJG/PMMG




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