segunda-feira, 16 de março de 2020

7106-INSENSIBILIDADEMORAL E SOCIAL-Sonetosociocultural nº 7106-Noneto nº 177PorSilvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil-Interaçãocom Klinger Sobreira de Almeida

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7106-INSENSIBILIDADE MORAL E SOCIAL
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Soneto sociocultural nº 7106-Noneto nº 177
Por Silvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil
Interação com Klinger Sobreira de Almeida
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O presidente Trump foi insensível
com brasileiros plenos de esperança,
mas Nação rica deu-lhes troco incrível:
_Deportação cruel, sem ter aliança.
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Humilhação ao mundo, bem visível;
também aqui, o peso na balança:
_No Aeroporto, um lanche foi possível...
A frustração doeu, deixou lembrança.
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Entre os Governos viram grande abismo;
o desrespeito feito, com clareza!
Seiscentas faces! Provas do egoísmo.
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A Caridade sempre traz franquia;
Conduta humana só deixou tristeza:
_Faltou apoio de uma Estrela-Guia.
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Belo Horizonte, 17 de março de 2020
https://www.recantodasletras.com.br/autores/silviaraujomotta
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INSENSIBILIDADE MORAL E SOCIAL
Klinger Sobreira de Almeida*
Na linha da ensinança espiritualista, visualizamos a Terra como uma morada de estágio ainda bem inferior. As Almas que aqui aportam, em passagem de provas e resgates ao longo do voo cósmico, acham-se, maioria absoluta, não obstante notável avanço em conhecimento, vivenciando um baixo nível consciencial (ordem moral).
Essa situação de inferioridade moral explica-se porque o “Egoísmo”, raiz de todos os males, é o eixo que conduz a atitude de grande parte das lideranças políticas, empresariais, administrativas, sindicais etc. São espíritos voltados para o abuso do poder em todos os sentidos, exclusão e opressão dos povos periféricos, imposição pelo poder das armas, apropriação até à degradação dos bens naturais, corrupção, extorsão...  
A humanidade gira entorno de 7,8 bilhões de habitantes. O mapeamento dessa população, do ponto de vista econômico-social, é paradoxal. 10% são detentores de 50% da riqueza mundial; a outra metade, para 90%, onde sobressai a miséria absoluta e a pobreza. Império da Injustiça Social, onde o Brasil ocupa posição de destaque: 2º colocado.1% mais rico concentra 28,3% da renda total do país. Somos exuberantes em desigualdade, corrupção política, desemprego, analfabetismo etc...
Nesse contexto de um país com uma considerável massa jogada na periferia da inacessibilidade social, educacional e econômica, examinemos a questão aflitiva dos brasileiros deportados em série pelo governante dos EEUU nos últimos 7 meses: cerca de 600 entre homens, mulheres e crianças. E outros virão!
Esses migrantes ilegais seguiram a trilha da esperança: busca de uma nação onde pudessem trabalhar e construir um patrimônio, pois a pátria cortou-lhes todas as possibilidades de ascensão. Foram corajosos, mas insensatos. Partiram para uma aventura com riscos imprevisíveis. Muitos, não mortos no caminho, conseguiram chegar, grande parte levando família. Contudo, caíram na teia de um governo (Trump) cruel, curto em sensibilidade humana – estadista de baixo nível consciencial.
Na queda em território americano, o país mais rico do mundo, receberam tratamento abjeto: presos e recolhidos em enxovias, humilhados e tratados como cães pestilentos. Apesar da repressão virulenta, havia a possibilidade de aproveitamento desses trabalhadores, por interferência judicial e ação política de uma considerável falange de americanos contrários a essas práticas desumanas.
Nesse interregno, o novo governante brasileiro, por similaridade ideológica, abriu-se ao Presidente Trump e pactuou a deportação pura e simples de seus concidadãos. Estes, nos últimos meses, foram lançados em aviões com a roupa do corpo e largados no Aeroporto de Confins, onde desceram, alguns famintos, outros sem nada, e moradores em cidades ou estados distantes.
Infelizes da aventura, que lhes ensejou conhecer a face cruel de uma nação rica, certamente esperavam, no retorno à pátria, em situação desfavorável, uma recepção com o mínimo de dignidade. Não! Tal não aconteceu. Apenas a concessionária do aeroporto, em gesto de misericórdia, forneceu-lhes um lanche. Assistência Social do governo, nenhuma! Estas pessoas, frustradas,  guardarão sérios ressentimentos da pátria. Se lá fora receberam humilhações, aqui tiveram a recepção fria, inadequada e, não raro, zombeteira nos pronunciamentos públicos.
Independente do viés ideológico, é dever do ser humano praticar a Caridade. Paulo de Tarso, há 2.000 anos, em sua Primeira Epístola aos Coríntios (13-1:13) ensina aos que se dizem Cristãos o que é Caridade. E sua lição é reprisada por muitos mestres. Emmet Fox, na epígrafe de O Portal Áureo, enuncia: “Deus é caridade; assim aquele que permanece na caridade permanece em Deus, e Deus, nele. ” Respondendo a Alan Kardec, o Espirito da Verdade define a Caridade com uma clareza meridiana: “Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas” (Questão 886 -  O Livro dos Espíritos).
O que se assiste nesses vergonhosos episódios de deportação consentida entre governos – pacto sem nenhuma cláusula de respeito à dignidade do ser humano – é um espetáculo de insensibilidade moral e social.
Governantes, que se arrotam Cristãos, olvidam a Estrela-Guia da conduta humana: CARIDADE.

* Militar Reformado - Membro da Academia de Letras   JGR/PMMG
                 Crônica da série O COTIDIANO/BH – 17Mar2020.                 

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