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Noneto-Poético Nº 102-Soneto nº 6.657
Interação com Klinger Sobreira de Almeida
Por Silvia Araújo Motta/BH/Brasil
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A violência cresce a cada dia!
Os homicídios causam dor mundial:
_A Marielle Franco já dizia
que defendia os simples, contra o mal.
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Foi morta a tiros; isto não devia!
Que covardia! Vi Tevê e Jornal!
Povo tem pressa, quer prisão! Seria
uma utopia? _Plano está ideal!
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Policial tem metas, quer resposta!
Com tirocínio enfrenta a luta armada!
A inteligência brilha em trilha oposta.
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Perseverança é chave áurea, em vida!
Em outros "caos" silêncio é cilada:
_Coronel Pedro viu missão cumprida!
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Belo Horizonte, Minas Gerais, abril, 2018
https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6297160
http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2018/04/6657-soneto-verdade-investigacao.html
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(*)Soneto-Clássico-sáfico-heroico; com sílabas fortes na 4ª, 6ª, 8ª e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, EDE; Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético: CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais. (Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva no 14º Verso (Último do segundo terceto). Email:clubedalinguaport@gmail.com
https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2018/04/6657-soneto-verdade-investigacao.html
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MENSAGEM DO
CRONISTA
Caros Leitores,
No rastreamento da verdade, o
tema LVIII adentra numa seara muito em voga: a Segurança Pública. Aborda,
sinteticamente, uma de suas facetas – a Investigação Policial, e focaliza as
premissas fundamentais que orientam sua condução rumo ao êxito.
O Brasil de hoje, atolado em
crises, vive no bojo de uma legislação leniente e permissiva que favorece o
crime em todas suas nuances. Quando a violência criminosa, sempre à
socapa, alcança alguém famoso ou um nicho de valores relevantes, o clamor
público recrudesce. Querem que a polícia aponte, de imediato, o autor ou
autores. As investigações leigas, os palpites, as especulações e as cobranças
em manchetes inflam o emocional da coletividade. Não obstante, até por
experiência, nos alinhemos dentre aqueles que preconizam a inexistência de
crime insolúvel, sabemos também que a investigação policial não caminha sob
pressão. Aliás, esta, quando excessiva, exacerbada, atrapalha e perturba.
Saudações Rosianas,
Klinger Sobreira de Almeida –
Cel. PM QOR
Presidente Academia de Letras
João Guimarães Rosa/PMMG
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Rastreando a Verdade (LVIII)
INVESTIGAÇÃO
POLICIAL
- Tirocínio↔Inteligência↔Perseverança
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Em 14Mar18, fruto da violência carioca,
mais um crime chocante. A Vereadora Marielle Franco foi covardemente abatida a
tiros, juntamente com seu motorista. Líder popular, voz corajosa e tonitruante
em prol dos oprimidos, e um futuro político promissor, sua morte abalou as
camadas do bem, repercutiu mundialmente.
Na sequência, intensa pressão sobre
governantes e polícia. O povo quer o imediato desvendamento do crime, a prisão
e punição dos mandantes e executores. Dezenas de entidades, respaldadas pela atoarda
da mídia, exigem resposta.
Não ocorreu um homicídio simples. Tudo
indica que, por detrás, há um grupo que se sentia prejudicado, e temia a ação
futura da líder popular. Então, segundo o raciocínio da organização do mal, a
ameaça deveria ser eliminada enquanto embrionária. Certamente, o crime foi
planejado e executado por profissionais.
Partindo dessa premissa, permito-me, como
antigo profissional de polícia, algumas reflexões. De tenente a capitão, 60/70,
atuei como Delegado Especial de Polícia e/ou de Capturas. Esclareci dezenas de
crimes: homicídios, furtos, roubos, estelionatos... Tive mestres notáveis: um
deles, que se situa no panteão dos grandes policiais brasileiros: o legendário
“Cel. Pedro”, sobre o qual escrevi o livro de 800 páginas: UM CERTO DELEGADO DE
CAPTURAS – O Romance de um Mito Herói.
Com o mestre Pedro, uma geração de
policiais aprendeu: todo crime deixa vestígios que permitem desvendamento. A
polícia investiga com discrição. Investigação é trabalho de “formiguinha”:
inteligente, profundo e paciente. O investigador não deve ser pressionado por
interessados, clamor público ou imprensa. Em crimes misteriosos, não há passe
de mágica. Todo crime, por mais bem engendrado, deixa uma ou mais falhas - antes,
durante ou depois: cabe ao investigador percuciente detectá-las e puxar o fio
da meada. Não se fabrica criminoso. Eis uma síntese de ensinamentos!
Em 62, o Cel. Pedro, já aposentado, foi
chamado para esclarecer a execução do Deputado Estadual, líder da oposição –
Nacip Raydan – tocaiado em seu berço eleitoral: Santa Maria do Suaçuí. Ao
assumir a investigação, foi claro à imprensa: vou elucidar o assassinato;
colocar a mão nos mandantes e executores, mas não me cobrem resultado imediato;
não me dobrarei a pressões. No decurso de oito meses, uma dezena de crimes misteriosos
vieram à luz. Ao fim, o pistoleiro, intermediários e mandantes foram apontados,
presos e processados criminalmente.
O estúpido assassinato de Marielle será,
sem dúvida alguma, apurado. A Segurança Pública do Estado do Rio está sob
intervenção federal. Um General, competente e firme, está organizando o “caos”
e pondo ordem no sistema. É questão de
honra da polícia carioca apontar os planejadores e executores. Porém, a pressão
da imprensa, com reflexos na opinião pública, cobrando e querendo prazos, ou
criticando açodada e irresponsavelmente, pode desestabilizar a investigação.
No lado policial:
Tirocínio↔Inteligência↔Perseverança. No outro lado - família, amigos, povo e
imprensa: Confiança, Paciência e Esperança.
Klinger Sobreira de Almeida – Mil.
Ref./Membro ALJGR/PMMG
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